O presidente norte-americano, Donald Trump, avançou contra os integrantes LGBTQIA do Exército dos EUA ao assinar uma série de decretos que proíbem o que o republicano cunha de uma "ideologia transgênero" nas Forças Armadas.
Nas palavras do presidente e de seu novo secretário de Defesa, Pete Hegseth, as diretrizes buscam "devolver aos militares uma cultura profissional inquestionavelmente masculina", rejeitando práticas de contratação igualitárias - ações que, disse Hegseth, diminuem os padrões e a capacidade de combate.
O decreto afirma que as Forças Armadas "têm sido afligidas com uma ideologia de gênero radical para apaziguar ativistas" e que "muitas condições de saúde mental e física são incompatíveis com o serviço ativo". O texto diz ainda que "a adoção de uma identidade de gênero inconsistente com o sexo de um indivíduo entra em conflito com o comprometimento de um soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, inclusive em sua vida pessoal"e que "a afirmação de um homem de que é uma mulher e sua exigência de que outros honrem esta falsidade não são consistentes com a humildade e a abnegação exigidas de um militar"
Após a assinatura dos decretos, grupos de defesa dos direitos dos transgêneros afirmam preparar uma ação judicial contra as ordens de Trump ainda para esta terça. Segundo a agência de notícias Reuters, o grupo GLAD Law e o Centro Nacional para os Direitos Lésbicos (NCLR, na sigla em inglês) devem entrar com uma ação conjunta argumentando que as medidas violam as garantias de igualdade da Constituição.
O número de pessoas transgênero no serviço militar norte-americano é relativamente baixo: cerca de 15 mil de um total de 2 milhões, ou menos de 0,8%. A prevalência de transgêneros na população total é ainda menor do que isso. De acordo com um estudo de 2022 do Instituto Williams, da Universidade da Califórnia, aproximadamente 1,6 milhão de pessoas maiores de 13 anos se identificam como transgênero no país, ou 0,6% dos habitantes.
FOLHAPRESS