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Publicada em 15 de Dezembro de 2024 às 19:17

Chanceler Olaf Scholz tenta repetir escrita de azarão no Parlamento alemão

Objetivo do chanceler é não alcançar os votos e perder a votação

Objetivo do chanceler é não alcançar os votos e perder a votação

Tobias SCHWARZ/AFP/JC
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Folhapress
Olaf Scholz se submete nesta segunda-feira (16) a um voto de confiança no Parlamento alemão. Seu objetivo é não alcançar os 367 votos necessários e perder a votação. Só assim dará início ao processo de uma eleição antecipada, que já tem até data, 23 de fevereiro de 2025. O social-democrata tem baixa aprovação e não está entre os favoritos, mas parece confiar na fama de azarão.
Há três anos, quando a Alemanha se despedia do quarto mandato de Angela Merkel, Scholz, 66 anos, também não era a primeira nem a segunda opção dos eleitores, mas obteve com o SPD a maior bancada e se credenciou ao posto. Viabilizou-se no cargo, porém, com uma exótica coalizão de três partidos, que teve seus momentos, mas fez água no mês passado, com danos à popularidade do premiê.
Segundo as últimas pesquisas, apenas 26% dos alemães têm confiança em Scholz, enquanto 63% dizem o contrário; 24% se dizem satisfeitos com o governo, contra 66% de insatisfeitos. O cenário parece desestimulante para uma nova tentativa, mas o sistema parlamentarista e um favorito sem maioria projetada no Bundestag contam outra história.
Friedrich Merz, 69 anos, candidato da CDU, lidera as pesquisas desde antes do colapso do atual governo. Superado no início da carreira partidária por Merkel, saiu da política, ficou milionário no mercado financeiro e só voltou à atividade no ocaso da premiê, tornando-se rapidamente a figura de proa da sigla conservadora.
Crítico a Scholz e com posições duras em relação a tópicos de apelo popular como imigração e guerra da Ucrânia, Merz e a CDU obteriam hoje 31% das cadeiras no Parlamento, contra 17% de SPD e Scholz. Fosse a eleição direta, 21% elegeriam o conservador, contra 16% que manteriam o social-democrata.
Ainda que subjetiva, a consulta mostra que a CDU carrega Merz, mais do que o contrário. É uma situação única, como mostram os números de outros candidatos: Robert Habeck obteria 13%, contra 11% dos Verdes no Parlamento, e Alice Weidel, 21%, contra 20% da AfD, a ascendente legenda de extrema direita.
A Alternativa para Alemanha dobrar de tamanho é uma das certezas desta eleição, mas a sigla ainda não conseguiria se impor aos outros partidos. Merz admite até uma improvável aliança com os Verdes, mas descarta qualquer tipo de relacionamento com a AfD.
 

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