Após a morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, o grupo extremista informou que o próximo líder deve ser escolhido o mais rápido possível. O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, foi o porta-voz. Ele fez a primeira manifestação pública do movimento desde a morte de Hassan e o pronunciamento aconteceu por meio de um vídeo televisionado de quase 20 minutos nesta segunda-feira (30).
''Escolheremos um secretário-geral para o partido na primeira oportunidade'', afirmou. Ele ainda disse que a escolha é clara e deve ser feita por ''mecanismos internos'', sem fornecer mais detalhes.
Vice enfatizou que continuarão a lutar contra Israel. ''Venceremos como vencemos na libertação de 2006 diante do inimigo israelense", acrescentou. Explicou ainda que o exército israelense não conseguiu atingir as capacidades militares do grupo. Qassem também pediu paciência aos apoiadores. Ele relatou que os membros estavam lidando com a perda e nomeando substitutos.
O clérigo muçulmano Hassan Nasrallah liderava o Hezbollah desde 1992. Ele possuía laços estreitos com o Irã, país majoritariamente xiita. Com o apoio iraniano, Nasrallah organizou um grupo para lutar contra a ocupação israelense do Líbano em 1982, durante a guerra civil. O grupo evoluiu para o Hezbollah.
Desde que assumiu o cargo, Nasrallah evitava aparições públicas por medo de ser assassinado. Suas declarações eram, na maioria das vezes, televisionadas. Antes de liderar o grupo, ele costumava passar noites com guerrilheiros da linha de frente que combatiam o Exército de Israel. Em 1997, Muhammad Hadi, filho dele, foi morto em um confronto com forças israelenses.
Nas fotografias era comum vê-lo usando um turbante preto. Na tradição do islamismo xiita, isso significa que o clérigo é descendente do profeta Maomé.
Folhapress