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Publicada em 04 de Setembro de 2024 às 20:02

Sob pressão, Volodimir Zelensky derruba chanceler e ministros

Gestão do presidente ucraniano tem sido objeto de críticas

Gestão do presidente ucraniano tem sido objeto de críticas

Handout/UKRAINE PRESIDENCY/AFP/JC
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Folhapress
Pressionado pela escalada da guerra aérea e dos avanços russos no leste da Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky promoveu a maior mudança de seu gabinete desde que seu país foi invadido por Vladimir Putin em 2022.
Pressionado pela escalada da guerra aérea e dos avanços russos no leste da Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky promoveu a maior mudança de seu gabinete desde que seu país foi invadido por Vladimir Putin em 2022.
Caiu nesta quarta-feira (4) a face mais reconhecível de seu governo no exterior, o chanceler Dmitro Kuleba. Na véspera, o ministro responsável pela indústria armamentista e outros quatro nomes do gabinete de Zelensky já haviam sido demitidos.
Com isso, o número de postos sem titulares na equipe de 22 chegou a 11, contando demissões que ocorreram ao longo do ano em cargos menos importantes. No ano passado, a outra face da resistência ucraniana, o então ministro da Defesa Oleksii Reznikov, já havia sido demitido.
O Parlamento em Kiev começou a votar o nome de sucessores já nesta quarta. "Precisamos de nova energia hoje, e estes passos estão relacionados apenas ao fortalecimento do nosso Estado em diferentes direções", disse Zelensky, buscando minimizar o clima de crise.
"O outono [do Hemisfério Norte, que começa no dia 22] será extremamente importante para a Ucrânia. E nossas instituições estatais precisam estar configuradas de forma que a Ucrânia alcance os resultados que precisamos", havia dito na véspera.
No fim do mês, ele levará ao presidente norte-americano Joe Biden e aos dois candidatos a sucedê-lo no ano que vem, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, o que chamou de "plano da vitória" na guerra.
Parece algo otimista. Zelensky, cujo mandato como presidente expirou em maio, segue no cargo porque o país está sob lei marcial e legalmente não pode promover eleições, mas sua posição tem sido objeto de diversas críticas.
A principal decorre da sapiência acerca de sua incursão em Kursk, no Sul da Rússia, um movimento com tantos possíveis objetivos táticos que sua razão estratégica ficou obscurecida. Por um lado, logrou humilhar Putin, que viu tropas estrangeiras nos seu país pela primeira vez dede a invasão nazista de 1941.
Por outro, Zelensky enfraqueceu suas defesas no Leste do país, e o ataque não drenou recursos dos russos: ao contrário, o avanço na região de Donetsk ameaça colocar todo o território restante ainda sob controle de Kiev em risco de cair.
Nesta quarta, o Ministério da Defesa russo anunciou a conquista de mais um vilarejo na região. A ideia de forçar Putin a negociar também foi rechaçada pelos russos e, para piorar, a lenta reação de Moscou tem se mostrado mortífera.
O governo Zelensky denunciou a ação e pediu novamente armas de longo alcance e permissão para usá-las contra a Rússia aos aliados ocidentais. Sua súplica foi algo obscurecida pelo fato que, desta vez, o alvo de Moscou era militar.
 

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