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Publicada em 16 de Agosto de 2024 às 20:08

OEA aprova resolução que cobra checagem imparcial de eleições na Venezuela

Documento assinala unidade de países membros em pedido por solução da crise

Documento assinala unidade de países membros em pedido por solução da crise

AFP
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Agência Estado
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta sexta-feira (16) uma resolução que cobra uma verificação imparcial do resultado das eleições presidenciais na Venezuela, com divulgação das atas com registro dos votos, e proteja as instalações diplomáticas e asilados políticos. O documento foi aprovado por consenso, em sessão do Conselho Permanente do órgão.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta sexta-feira (16) uma resolução que cobra uma verificação imparcial do resultado das eleições presidenciais na Venezuela, com divulgação das atas com registro dos votos, e proteja as instalações diplomáticas e asilados políticos. O documento foi aprovado por consenso, em sessão do Conselho Permanente do órgão.
A OEA insta o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano a "publicar de forma expedita as atas com os resultados da votação das eleições presidenciais no nível de cada mesa eleitoral e respeitar o princípio fundamental da soberania popular por meio de uma verificação imparcial dos resultados que garanta a transparência, credibilidade e legitimidade do processo eleitoral".
Embora não tenha consequência prática, já que a Venezuela não participa mais da organização, a resolução mostra uma unidade dos 34 países membros da OEA e coloca mais pressão sobre o regime do ditador Nicolás Maduro.

Conversas

A resolução foi negociada durante duas reuniões, ao longo desta semana, com discussão ampla e aberta entre as delegações, em Washington. Havia resistências do Brasil, Colômbia e México, entre outros países caribenhos e centro-americanos e sul-americanos, pelo fato de a Venezuela não fazer mais parte da OEA. O governo da Bolívia, por exemplo, enviou um documento especificamente questionando a legitimidade da OEA para abordar o assunto e se dirigir a um país que não integra a organização.
O Brasil também manifestou resistências neste sentido, mas não objetou a discussão. O teor da resolução foi calibrado para coincidir com uma proposta tripla defendida anteriormente por Brasil, México e Colômbia. Antes, os três países lideraram uma iniciativa no Conselho Permanente, por abstenção ou ausência, que derrubou uma resolução anterior.
Na primeira tentativa, o projeto de resolução não alcançou a maioria absoluta dos 34 Estados-membros. Dos países que participaram da reunião, foram 17 votos a favor, 11 abstenções e nenhum contra. Outros cinco países rejeitaram a convocação do conselho.
Desta vez, o Brasil apoiou a aprovação. A representação brasileira já havia sugerido a adoção de uma linguagem similar à que o Itamaraty usou nos seus comunicados, relataram diplomatas a par das tratativas, o que acabou ocorrendo.

Proteção Consular

A pedido da delegação da Argentina, a OEA acrescentou um pedido ao regime de Maduro para que cumpra as convenções internacionais e respeite as garantias das embaixadas e dos asilados políticos. O país foi um dos sete cujos diplomatas foram expulsos pelo chavismo por denunciarem uma fraude eleitoral.
O Brasil assumiu a proteção da embaixada argentina e dos asilados que nela estavam, assim como representação dos interesses do país perante o governo venezuelano. O mesmo ocorreu com o Peru. O presidente Javier Milei dera asilo político a seis assessores da campanha de González. Agora, o governo Lula ofereceu enviar um avião oficial para retirar os seis opositores do país.
A OEA pede que as forças políticas venezuelanas, inclusive autoridades públicas, "abstenham-se qualquer conduta que possa comprometer a construção de uma saída pacífica para a crise".
Apesar do apoio geral à resolução, delegações como as do Panamá e do Equador fizeram questão de dizer que seus governos reconhecem a vitória de Edmundo González, candidato da oposição, e que buscavam apoiar esforços de entendimento geral nas Américas e ações multilaterais para proteger a vontade popular.
A resolução foi patrocinada pelos Estados Unidos, com apoio de Antigua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile, República Dominicana, Equador, Guatemala, Paraguai, Suriname e Uruguai.

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