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Publicada em 11 de Junho de 2024 às 16:49

ONU diz que Israel pode ter cometido crime de guerra

Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 274 palestinos mortos e 700 feridos

Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 274 palestinos mortos e 700 feridos

Eyad BABA/AFP/JC
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Folhapress
O custo civil da operação de Israel que libertou quatro reféns na Faixa de Gaza no fim de semana pode configurar crime de guerra, assim como a própria manutenção das pessoas em cativeiros do Hamas, afirmou a ONU nesta terça-feira (11).
O custo civil da operação de Israel que libertou quatro reféns na Faixa de Gaza no fim de semana pode configurar crime de guerra, assim como a própria manutenção das pessoas em cativeiros do Hamas, afirmou a ONU nesta terça-feira (11).
"Estamos profundamente chocados com o impacto nos civis da operação das forças israelenses em Nuseirat no fim de semana para garantir o resgate de quatro reféns", afirmou o porta-voz do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Jeremy Laurence.
"A forma como a operação foi conduzida, em uma área tão densamente povoada, coloca em questão se as forças israelenses respeitaram os princípios de distinção, proporcionalidade e precaução estabelecidos nas leis de guerra." O Ministério da Saúde do governo de Gaza, ligado ao grupo terrorista, afirmou que a operação no centro de Gaza matou 274 palestinos e feriu quase 700.
Os dados não puderam ser verificados de forma independente, mas Israel reconheceu ter matado civis palestinos durante os combates. Na ocasião, o Exército disse que sabia de menos de 100 vítimas, sem distinção entre combatentes e civis.
Questionado sobre a credibilidade dos números de Gaza, Laurence disse que, antes do atual conflito, a ONU sempre confiou nas informações do Ministério da Saúde palestino, que eram "muito próximas de 100% de precisão". Com a guerra, há menos acesso para verificar esses dados, mas o porta-voz diz que a organização ainda tem contatos confiáveis no território.
Ainda sobre a operação de sábado (8), a ONU afirmou também estar "profundamente consternada" com a manutenção dos sequestrados nos ataques terroristas. Laurence pediu para que os reféns não sejam mantidos em áreas civis porque isso seria usar os palestinos "como escudos humanos". "Isso é uma violação grave", completou.
A Missão Permanente de Israel nas Nações Unidas em Genebra reagiu e acusou a entidade de "difamar Israel". "O saldo dessa guerra sobre os civis é, em primeiro lugar, resultado da estratégia deliberada do Hamas de maximizar o dano aos civis", disse a missão.
Tel Aviv afirmou, porém, que a ONU "finalmente percebeu que o Hamas usa os palestinos como escudos humanos". Os quatro resgatados, três homens e uma mulher, haviam sido sequestrados pelo Hamas em um festival de música no Sul de Israel, em 7 de outubro.
Essa foi a terceira vez que as forças de segurança conseguiram resgatar reféns com vida na Faixa de Gaza - a maioria das libertações aconteceu durante um cessar-fogo de uma semana em novembro, quando cem deles foram devolvidos em troca de cerca de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.

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