O ano de 2023 foi o mais mortal para migrantes no mundo desde o início da série histórica registrada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), em 2014. Foram 8.565 mortes contabilizadas, número que supera o ano de 2016, com 8.084 óbitos, então o mais alto.
A cifra representa um crescimento de 20% em relação a 2022 nos registros, sabidamente subnotificados de acordo com a OIM, dadas as dificuldades de coleta de informações e acesso a locais remotos e perigosos usados como rota.
Exemplos desses trajetos migratórios são o mar Mediterrâneo, palco do mais elevado número de óbitos acumulados desde o início da contagem, e o chamado estreito de Darién, porção de floresta entre a Colômbia e o Panamá conhecida como "selva da morte" e pela qual milhares de imigrantes cruzam a caminho dos Estados Unidos.
"Cada uma dessas mortes é uma tragédia humana terrível que reverbera pelas famílias e comunidades por anos. Os números terríveis coletados são um lembrete de que precisamos voltar a nos comprometer com ações mais amplas para garantir migração segura a todos", afirma o vice-diretor-geral da OIM, Ugochi Daniels.
O Projeto Migrantes Desaparecidos registrou, desde 2014, um total de 63.719 migrantes mortos no mundo. Pouco mais da metade dos óbitos são por afogamento, 9% por acidentes em veículos e 7% por causas relacionadas à violência, de acordo com a OIM.
Folhapress