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Publicada em 04 de Março de 2024 às 14:56

Milei fecha agência pública de notícias, e polícia cerca prédio

Site da agência estatal argentina foi tirado do ar

Site da agência estatal argentina foi tirado do ar

Reprodução/Télam/JC
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Folhapress
Dois dias depois de o presidente Javier Milei fazer um discurso no Congresso confirmando que fecharia a agência pública de notícias Télam, os dois prédios da estatal argentina foram cercados por policiais, seus funcionários foram dispensados por sete dias e o site saiu do ar.
Dois dias depois de o presidente Javier Milei fazer um discurso no Congresso confirmando que fecharia a agência pública de notícias Télam, os dois prédios da estatal argentina foram cercados por policiais, seus funcionários foram dispensados por sete dias e o site saiu do ar.
"Despeçam-se da Télam que está indo embora...", postou o porta-voz do governo, Manuel Adorni, às 23h de domingo (3), pouco antes de membros do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SiPreBa) informarem que os edifícios da empresa, no centro de Buenos Aires, estavam sendo cercados por tapumes.
Em sua entrevista coletiva diária, Adorni disse que o fechamento já havia sido prometido pelo presidente na campanha e que "isso não tem nada a ver nem com o pluralismo da informação nem com a liberdade de imprensa". "A Télam estava tendo uma perda estimada de 20 bilhões de pesos (R$ 100 milhões na cotação paralela atual)". Sobre a presença da polícia, afirmou que "o operativo de segurança tentou evitar qualquer tipo de invasão de pessoas que não tenham nada a ver com a Télam".
"Todos os servidores da Télam S.E. estão dispensados de cumprir com suas obrigações trabalhistas pelo prazo de sete dias com direito a remuneração a partir das 23h59min do domingo, 3 de março do corrente ano", diz um email enviado aos funcionários e assinado por Diego Chaher, identificado como interventor.
O clima entre os jornalistas da agência é de indignação e apreensão. "Às 2h da madrugada derrubaram o site e os seviços da Télam. Decidiram cercar os dois edifícios para que os empregados não entrem. Veremos o que acontece em seguida", disse um fotógrafo que preferiu não ser identificado.
Na última sexta (1º), durante um forte discurso aos congressistas na abertura do ano legislativo, que bateu recordes de audiência, Milei repetiu que fecharia a agência, segundo ele "utilizada nas últimas décadas como agência de propaganda kirchnerista".

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