O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é contra a ação de Israel na Faixa de Gaza da mesma forma que é contra o Hamas, nesta quinta-feira (29), em Georgetown, capital da Guiana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é contra a ação de Israel na Faixa de Gaza da mesma forma que é contra o Hamas, nesta quinta-feira (29), em Georgetown, capital da Guiana.
"Todo mundo sabe que o Brasil é contra a Guerra da Ucrânia. Todo mundo sabe que o Brasil é contra o que está acontecendo na Faixa de Gaza, da mesma forma que fomos contra os atos terroristas do Hamas. E todo mundo sabe que o Brasil não quer e não tem contencioso com nenhum país no mundo", afirmou Lula no encerramento de sua agenda na Guiana.
Lula vai agora a São Vicente e Granadinas, no Caribe, onde confirmou que se encontra com o ditador venezuelano Nicolás Maduro. Caracas reivindica a região guianense de Essequibo, correspondente a cerca de dois terços da Guiana, e já ameaçou usar a força para tomar o território, incluído no mapa venezuelano por Maduro após referendo aprovar a incorporação da área.
"Nossa integração com a Guiana faz parte da estratégia do Brasil de ajudar não apenas no desenvolvimento, mas trabalhar intensamente para que a gente mantenha a América do Sul como uma zona de paz no planeta. Nós não precisamos de guerra", disse Lula durante declaração ao lado de Ali, em referência indireta à disputa pelo território guianense.
Lula vai à ilha caribenha para participar da cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac), onde se reúnem chefes de Estado e chanceleres das 33 nações do grupo. É lá que ele se encontra com Maduro.
O presidente brasileiro afirmou que a reunião bilateral com Irfaan Ali não discutiu a questão do Essequibo. O encontro, segundo Lula, foi marcado para discutir desenvolvimento e investimento.
A ideia da diplomacia brasileira no terceiro mandato de Lula é aprofundar relações com a região, a começar pela reabertura de embaixadas fechadas em nações caribenhas durante o governo de Jair Bolsonaro-caso de São Vicente e Granadinas.
Os projetos de investimentos pensados para a região pretendem integrar em infraestrutura de mobilidade e energética a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa com o Norte do Brasil. Uma das rotas do projeto é a pavimentação da conexão terrestre entre Georgetown e Boa Vista, em Roraima, atualmente de baixa qualidade.
O petista também ressaltou o combate à crise climática em sua fala, e anunciou convite à Guiana para participar de reunião sobre o assunto no âmbito do G-20, atualmente sob presidência brasileira, "para falar da monetização da preservação das florestas" do país. A Guiana tem 93% de seu território coberto por florestas, segundo dados de 2021 do Banco Mundial.