O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a chamar a guerra na Faixa de Gaza de genocídio, em sua fala no encontro de líderes do Caribe em Georgetown, capital da Guiana, nesta quarta-feira (28).
"O genocídio na Faixa de Gaza afeta toda nossa humanidade, porque questiona nossa própria humanidade. E confirma uma vez mais a preferência pelos gastos militares em vez dos investimentos ao combate à fome, na Palestina, África, América do Sul e Caribe", afirmou o presidente.
Lula também se referiu à Guerra da Ucrânia ao falar sobre o encarecimento de alimentos e fertilizantes. "Não é possível que o mundo gaste por ano US$ 2,2 trilhões em armas. Todos sabemos que guerras provocam destruição, sofrimento e mortes, sobretudo de civis e inocentes. O Brasil seguirá lutando pela paz mundial. Uma guerra na distante Ucrânia afeta todo o planeta porque encarece os preços de alimentos e fertilizantes", disse.
Ao comentar a relação do Brasil com os países caribenhos, Lula falou sobre a paz na região, referência velada à disputa entre a anfitriã do evento com a Venezuela, que reivindica a região do Essequibo, território na fronteira com o Brasil cuja área é quase dois terços da Guiana.
"A Caricom abriu-se para o Sul, rejeitando a condição da zona de influência de potências alheias à região. Temos o desafio de manter a autonomia em meio à rivalidade geopolítica. Cabe a nós manter a região como zona de paz", afirmou o líder petista que se encontrou com o presidente da Guiana, Irfaan Ali.
Ele afirmou que Lula é "uma voz racional e de estabilidade" na região, que vive sob disputa entre Venezuela e Guiana pelo território do Essequibo, local vizinho do Brasil. "Eu vejo o papel do presidente Lula na região como crítico. Ele tem uma grande responsabilidade sobre seus ombros para fornecer liderança regional e já vem fazendo isso", afirmou Ali durante o evento da comunidade de países caribenhos.
"Ele se aproximou tanto da Guiana quanto da Venezuela e garantiu que o Brasil participasse da iniciativa de Argyle, liderada pela Caricom [acordo entre Venezuela e Guiana sobre o Essequibo]". Ele é uma voz da razão, e eu acredito que seu papel é garantir que a paz e a estabilidade continue e que todas as partes cumpram e ajam dentro dos limites da lei internacional", disse.
Folhapress