O líder norte-coreano Kim Jong-un iniciou a viagem de volta para casa neste domingo (17), vindo da Rússia, encerrando uma viagem de seis dias que gerou preocupações globais sobre acordos de transferência de armas entre dois países que possuem impasses com o Ocidente.
O trem blindado de Jong-un partiu ao som da canção da marcha patriótica russa "Despedida da Eslava" no final de uma cerimônia em uma estação ferroviária em Artyom, uma cidade no extremo leste da Rússia, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a Coreia do Norte, segundo a agência de notícias estatal russa RIA.
Altos funcionários, incluindo o ministro de Recursos Naturais da Rússia, Alexander Kozlov, e o governador regional de Primorye, Oleg Kozhemyako, estiveram presentes na cerimônia, que contou com uma banda militar russa tocando hinos nacionais norte-coreanos e russos.
Desde que entrou na Rússia na terça-feira passada, na sua primeira viagem ao exterior em mais de quatro anos, Jong-un encontrou-se com o presidente Vladimir Putin e visitou locais militares e tecnológicos importantes, destacando o aprofundamento da cooperação de defesa dos países frente aos confrontos cada vez mais intensos com o Ocidente.
Nos últimos meses, a autoridade norte-coreana vem enfatizando que pretende fortalecer sua marinha com submarinos de mísseis balísticos e submarinos movidos a energia nuclear para combater os recursos navais dos Estados Unidos. Analistas consideram que uma cooperação militar entre Coreia do Norte e Rússia poderia ajudar a modernizar a obsoleta força aérea da Coreia do Norte, formada por aviões enviados pela União Soviética na década de 1980.
Kim vem buscando aumentar a visibilidade das suas parcerias com a Rússia e a China, na tentativa de romper o isolamento internacional e inserir Pyongyang numa frente unida contra Washington. A viagem de Kim à Rússia, é a primeira desde abril de 2019, quando se encontrou com Putin em Vladivostok.
Autoridades dos EUA e da Coreia do Sul disseram que a Coreia do Norte poderia fornecer munições extremamente necessárias para a guerra de Moscou contra a Ucrânia em troca de sofisticada tecnologia de armas russas que promoveria as ambições nucleares do norte-coreano.