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Equador

- Publicada em 10 de Agosto de 2023 às 15:44

Entenda como ficam eleições no Equador após assassinato de Villavicencio

Presidenciável Jan Topic, também ameaçado pela facção Los Lobos, suspendeu temporariamente sua campanha

Presidenciável Jan Topic, também ameaçado pela facção Los Lobos, suspendeu temporariamente sua campanha


RODRIGO BUENDIA/AFP/JC
O assassinato do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio nesta quarta-feira (9) torna incerta a situação das iminentes eleições no país.
O assassinato do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio nesta quarta-feira (9) torna incerta a situação das iminentes eleições no país.
Ao menos três candidatos suspenderam temporariamente suas campanhas para repensar seus próximos passos - um deles, Jan Topic, chegou a ser ameaçado publicamente pela facção Los Lobos, que assumiu a autoria do assassinato de Villavicencio. "Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo", afirmou o porta-voz do grupo em vídeo divulgado nas redes sociais.
Mesmo assim, o governo de Guillermo Lasso anunciou que manterá a data do pleito, a ser realizado daqui a dez dias, em 20 de agosto. "A data permanece inalterada (...) cumprindo o mandato constitucional e legal", afirmou Diana Atamaint, titular do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em comunicado feito em conjunto com Lasso no YouTube.
Atamaint acrescentou que as Forças Armadas e a polícia "redobrarão a segurança em todos os domicílios eleitorais" para que se garanta que os eleitores votem de forma "livre, em paz e com segurança". Lasso declarou estado de emergência no Equador, mobilizando o Exército para garantir a segurança nas ruas, pouco depois do crime.
Não está claro, porém, se os rivais do político assassinato pretendem manter seus nomes nas cédulas eleitorais quando chegar a data das eleições. Villavicencio era um de oito candidatos à presidência que se apresentaram ao cargo após Lasso, então sob ameaça de impeachment, dissolver o Congresso e convocar eleições antecipadas, em maio.
Levantamento da empresa Cedatos indicava que Villavicencio estava em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, com 13,2% das intenções de voto, atrás de Luisa González, candidata apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa e que lidera a corrida com 26,6%.
González, aliás, estava em um comício no momento do crime. Ela suspendeu o evento e expressou horror diante da tragédia, mas não deixou claro se pretende paralisar sua agenda.
Outros candidatos foram mais claros ao anunciarem suas decisões. O líder indígena de esquerda Yaku Pérez, terceiro nas pesquisas segundo o Cedatos, com 12,5% das intenções de voto, e Otto Sonnenholzner, ex-vice-presidente de direita, em quarto lugar com 7,5%, anunciaram a interrupção temporária de suas campanhas.
Jan Topic, um ex-empresário da área de segurança cuja campanha focava justamente a explosão da violência no país, também se retirou temporariamente da disputa. Ele figurava em sexto lugar nas intenções de voto segundo o Cedatos, com 4,4% da preferência dos eleitores.
Vale notar que outros institutos de pesquisa têm números bem diferentes daqueles divulgados pelo Cedatos. Estudo conduzido pela agência ClickReport entre 4 e 6 de agosto indicava que Villacencio estaria na realidade em quinto lugar, concentrando 7,5% das preferências dos eleitores. Gonzáles ainda manteria a dianteira, com 29,2% das intenções de voto, seguida por Pérez, com 14,4%, e Sonnenholzner, com 12,3%. Em quarto lugar, com 9,6%, aparecia Topic.