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Internacional

Direitos Humanos

- Publicada em 16 de Maio de 2023 às 17:11

Execuções por pena de morte aumentam 52% em 2022

China é o país com mais execuções, porém, os dados não são revelados

China é o país com mais execuções, porém, os dados não são revelados


GREG BAKER/AFP/JC
A Anistia Internacional divulgou, nesta terça-feira (16), um relatório sobre a pena de morte em todo o mundo no ano de 2022 que revela que o número de execuções aumentou 52,5%. No ano passado, foram cumpridas 883 sentenças em 20 países, o número é o mais elevado dos últimos cinco anos. Em 2021 foram 579 execuções.
A Anistia Internacional divulgou, nesta terça-feira (16), um relatório sobre a pena de morte em todo o mundo no ano de 2022 que revela que o número de execuções aumentou 52,5%. No ano passado, foram cumpridas 883 sentenças em 20 países, o número é o mais elevado dos últimos cinco anos. Em 2021 foram 579 execuções.
"A investigação sobre o uso da pena de morte em 2022 revelou um aumento no número de pessoas executadas em todo o mundo, incluindo um aumento significativo nas execuções por delitos de drogas", lê-se no relatório.
Essa tendência negativa, no entanto, contrasta com uma positiva: "um número significativo de países deu passos decisivos para acabar com a pena de morte até 2022, o que sinaliza um progresso notável contra a forma mais extrema de punição cruel, desumana e degradante".
A China continua sendo o país com maior número de execuções, embora os dados exatos não sejam conhecidos por serem classificados como segredo de Estado. Os números divulgados no recente relatório excluem, portanto, as milhares de sentenças que se acredita que foram cumpridas em território chinês, assim como no Vietnã, Afeganistão, Síria e na Coreia do Norte - países nos quais a organização não-governamental supõe que a pena de morte tem sido largamente utilizada.
Trata-se de um aumento de 52,5% na comparação com as 579 execuções registadas no ano passado e o maior número desde 2017, quando foram confirmadas 993. As execuções confirmadas ocorreram no Irã (576), Arábia Saudita (196), Egito (24) e EUA (18). A ONG também confirmou execuções no Iraque (11), Singapura (11), Kuwait (7), Somália (6), Sudão do Sul (5), Palestina (5), Iémen (4), Bangladesh (4), Mianmar (4), Bielorrússia (1) e Japão (1).
No ano passado, excluindo-se a China, 93% das execuções ocorreram no Oriente Médio, Oriente e no Norte de África. As 196 execuções ocorridas na Arábia Saudita é o maior número registrado no país em 30 anos, segundo o relatório. Além disso, a Anistia Internacional documentou execuções em 20 países, dois a mais que os 18 registrados em 2021.
Foram confirmadas as execuções de 13 mulheres em 2022, das quais 12 no Irã e uma na Arábia Saudita. Os crimes relacionados com droga são responsáveis por 225 execuções no Irã, 57 na Arábia Saudita e 11 em Singapura.
Os métodos usados no cumprimento da pena de morte foram a decapitação, o enforcamento, a injeção letal e o fuzilamento. O relatório "não inclui dados relativos a execuções extrajudiciais", abrangendo apenas a aplicação judicial da sentença.
A Anistia Internacional considera que, apesar do aumento de execuções, "o mundo fez progressos notáveis no sentido da abolição", uma vez que, até 31 de dezembro de 2022, cerca de três quartos dos países tinham abolido a pena de morte "na lei ou na prática". Atualmente, a pena capital não vigora em 112 países.