Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

Guerra na Ucrânia

- Publicada em 18 de Abril de 2023 às 16:33

Lula condena violação da Ucrânia, mas não cita Rússia

Lula e Iohannis trataram sobre as consequências globais do conflito

Lula e Iohannis trataram sobre as consequências globais do conflito


EVARISTO SA/AFP/JC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a tratar sobre a guerra na Ucrânia nesta terça (18). O líder nacional condenou a "violação da integridade territorial da Ucrânia", mas não fez nenhuma crítica nominal à Rússia, país que deu início ao conflito no Leste Europeu. A declaração foi dada um dia após o líder brasileiro receber em Brasília o chanceler russo, Serguei Lavrov.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a tratar sobre a guerra na Ucrânia nesta terça (18). O líder nacional condenou a "violação da integridade territorial da Ucrânia", mas não fez nenhuma crítica nominal à Rússia, país que deu início ao conflito no Leste Europeu. A declaração foi dada um dia após o líder brasileiro receber em Brasília o chanceler russo, Serguei Lavrov.
A visita e as recentes afirmações do petista de que Ucrânia e Rússia são igualmente responsáveis pela guerra desencadearam reação internacional contra o petista por parte dos EUA e da União Europeia.
"Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada. Falei da nossa preocupação com os efeitos da guerra, que extrapolam o continente europeu", disse Lula após reunião com o presidente da Romênia, Klaus Iohannis.
O líder brasileiro ressaltou que a Romênia tem mais de 600 quilômetros de fronteira com a Ucrânia e afirmou ter reiterado a Iohannis a "preocupação com a consequência global desse conflito em matéria de segurança alimentar e energética, especialmente sobre regiões mais pobres do planeta".
Na segunda (17), John Kirby, coordenador de comunicação estratégica do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, classificou a postura de Lula sobre a guerra como "repetição automática da propaganda russa e chinesa". "É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os EUA e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra", afirmou ele em conversa com jornalistas.
"Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos." No domingo (16), Lula havia afirmado que os EUA e a Europa prolongam a guerra, numa referência velada ao envio de armamentos a Kiev. "Putin não toma a iniciativa de parar. [Volodimir] Zelensky não toma a iniciativa de parar. A Europa e os EUA continuam contribuindo para a continuação desta guerra", disse.
Na semana anterior, o líder brasileiro já havia dito que, em nome da paz, a Ucrânia poderia ceder a Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 - a fala também foi condenada por Kirby. "Os comentários mais recentes do Brasil de que a Ucrânia deveria considerar ceder formalmente a Crimeia como uma concessão pela paz são equivocados, especialmente para um país como o Brasil, que votou para defender os princípios de soberania e integridade territorial na Assembleia-Geral da ONU", disse ele.