Mais de 200 migrantes que esperavam a bordo de um navio, após terem suas entradas na Itália negadas pelo novo governo, foram autorizados a desembarcar nesta terça-feira (8). Quase 500 migrantes estão no limbo após serem resgatados no mês passado por três barcos de ONGs diferentes quando arriscavam a vida em um perigosa travessia do norte da África até as costas da Itália.
Nesta terça-feira à noite, um dos navios, o "Geo Barents", começou a desembarcar os mais de 200 migrantes a bordo, após receber a autorização das autoridades sanitárias italianas. "Recuperei minha vida!", gritou um dos migrantes ao iniciar o processo de desembarque, segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que opera o navio.
Tanto o "Geo Barents" como o "Humanity 1", da ONG SOS Humanity, atracaram no fim de semana no porto de Catânia, no leste da Sicília, onde desembarcaram cerca de 500 dos migrantes em situação mais vulnerável.
Um terceiro navio, o "Ocean Viking", da ONG SOS Méditerranée e de bandeira norueguesa, disse nesta terça-feira que estava deixando as águas da Sicília rumo à França com 234 imigrantes a bordo, depois que seus apelos à Itália a partir de 27 de outubro ficaram sem resposta.
Gerenciar os navios de migrantes é um primeiro teste para o novo governo de extrema-direita da Itália da primeira-ministra Giorgia Meloni, que prometeu deter os milhares de viajantes ilegais que chegam às costas do país a cada ano.
No início desta terça-feira, um quarto navio desembarcou com sucesso seus 89 migrantes no porto de Reggio Calabria. Os migrantes a bordo do "Rise Above", navio operado pelo grupo humanitário alemão Mission Lifeline, eram "quase todos menores de idade", disse uma fonte do governo à AFP.