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Nicarágua

- Publicada em 22 de Setembro de 2022 às 18:37

CNN denuncia que governo da Nicarágua cortou sinal da emissora no país

Nas últimas eleições, em novembro de 2021, Ortega venceu com 75% dos votos

Nas últimas eleições, em novembro de 2021, Ortega venceu com 75% dos votos


INTI OCON/AFP/JC
O governo da Nicarágua tirou o sinal da CNN do ar na noite de quarta-feira, conforme informou a emissora. O veículo de comunicação confirmou, em seu site em espanhol, que o sinal foi perdido e as autoridades locais não explicaram as motivações sobre a medida.
O governo da Nicarágua tirou o sinal da CNN do ar na noite de quarta-feira, conforme informou a emissora. O veículo de comunicação confirmou, em seu site em espanhol, que o sinal foi perdido e as autoridades locais não explicaram as motivações sobre a medida.
Em seu posicionamento, a CNN diz que a imprensa desempenha um "papel vital" para uma democracia saudável. "O governo da Nicarágua desativou nosso sinal de televisão, negando aos nicaraguenses notícias e informações de nossa rede, na qual eles confiam há mais de 25 anos".
A emissora informou que o site continuará com o sinal no ar. O comunicado também foi lido ao vivo pelo apresentador Fernando Del Rincon. "A CNN en Español continuará cumprindo sua responsabilidade com o público nicaraguense, oferecendo nossos links de notícias no CNNEspanol.com, para que eles possam acessar informações não disponíveis de outra forma. A CNN apoia as reportagens de nossa cadeia e reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência". O governo ainda não se pronunciou por meio de seus canais oficiais sobre o tema.
A Nicarágua vive uma escalada antidemocrática desde que Daniel Ortega retomou o poder em 2007 - ele já havia sido presidente em meados da década de 1980. Agora, sua esposa, Rosario Murillo, o acompanha como vice-presidente.
As últimas eleições de novembro de 2021, que Ortega venceu com 75% dos votos, foram realizadas com sete candidatos da oposição presos e alegações de fraude por parte de organizações internacionais. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) documentou torturas e outras violações  cometidas pelas autoridades nicaraguenses nos últimos quatro anos, bem como o confinamento de mais de 190 presos políticos, alguns deles em condições desumanas.
Ortega, apoiado pelos governos de Cuba e Venezuela, descreveu essas acusações como "invenções" em uma campanha para "dar má fama à Nicarágua perante organizações internacionais".
Ele também acusou os bispos do país de "tomar partido" e estarem comprometidos com os "golpistas", além de terem promovido a criação de "seitas satânicas". Dessa forma, mantém alguns religiosos presos.
A Nicarágua converteu em centro cultural o local onde funcionava o jornal La Prensa da Nicarágua, crítico do governo e ocupado pela polícia desde o ano passado. As instalações do jornal, o mais antigo do país, com 95 anos de existência, foram tomadas pela polícia em 13 de agosto de 2021, sob a alegação de uma investigação por fraude e lavagem de dinheiro contra seus diretores.
O editor-chefe do La Prensa, Juan Lorenzo Holmann, foi preso no ano passado em meio a uma sequência de detenções de dirigentes da sociedade civil, opositores e candidatos presidenciais, antes das eleições de novembro de 2021, nas quais Ortega foi eleito para um quarto mandato consecutivo.
FOLHAPRESS
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