O último dirigente da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Mikhail Gorbatchov, morreu nesta terça-feira (30), aos 91 anos, na Rússia, informou um hospital citado por agências de notícias russas.
"Hoje à noite (terça), após uma longa e grave enfermidade, Mikhail Sergeyevich Gorbatchov morreu", informou o Hospital Clínico Central (TSKB), citado pelas agências Interfax, TASS e RIA Novosti.
Figura controversa, Gorbatchov é visto por admiradores como um dos principais responsáveis pelo fim da Guerra Fria, e por críticos como o responsável pelo colapso da União Soviética por conta das reformas de abertura, como a perestroika (abertura econômica) e glasnost (abertura política).
Quando Gorbatchov assumiu o governo, em 1985, havia esperança de uma renovação da URSS. O que ocorreu, no entanto, foi uma desagregação com a consequente cisão no Partido Comunista: de um lado, Gorbatchov, o líder da URSS, e, de outro, Boris Yeltsin, o presidente da Rússia.
Enquanto o primeiro queria realizar algumas reformas, o segundo desejava acabar com tudo o que estava estabelecido. "A URSS se dissolve não porque as repúblicas saíram do bloco, mas porque a Rússia saiu", ressaltou o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Paulo Visentini, em entrevista ao
Jornal do Comércio, em 2017,
para uma reportagem especial sobre o centenário da Revolução Russa. A força para mudança existia dentro da Rússia, mas não da União Soviética. A maioria das repúblicas ficou independente contra a vontade.