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Argentina

- Publicada em 23 de Agosto de 2022 às 16:29

Cristina Kirchner acusa Justiça de parcialidade após pedido de prisão na Argentina

Cristina fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais para comentar acusações

Cristina fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais para comentar acusações


You Tube channel of Cristina Fernandez de Kirchner/afp/jc
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, realizou nesta terça-feira (23) uma transmissão ao vivo nas redes sociais para se defender do pedido de prisão feito pelo Ministério Público. Em ação que ainda será julgada, com possibilidade de recurso, o promotor Diego Luciani solicitou também a inabilitação de Cristina de modo definitivo para concorrer a cargos públicos e sentenças para outros oito acusados por corrupção.
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, realizou nesta terça-feira (23) uma transmissão ao vivo nas redes sociais para se defender do pedido de prisão feito pelo Ministério Público. Em ação que ainda será julgada, com possibilidade de recurso, o promotor Diego Luciani solicitou também a inabilitação de Cristina de modo definitivo para concorrer a cargos públicos e sentenças para outros oito acusados por corrupção.
Cristina decidiu fazer uma transmissão nas redes sociais depois de ver negado pelo juiz seu pedido para voltar a se defender nos tribunais nesta terça. Sua defesa formal no processo havia sido apresentada em 2019 - na ocasião, ela se recusou a responder a perguntas, insultou promotores e levantou-se antes do fim da sessão.
Pela manhã, a ex-mandatária deixou o edifício onde vive em Buenos Aires, no bairro da Recoleta, aplaudida por apoiadores, que tiravam selfies e gritavam "Cristina presidente". Ao chegar ao Senado, começou a transmissão ao vivo, em que comentou reportagens de jornais e mostrou o que seriam conversas entre políticos rivais que, segundo ela, indicavam que o julgamento vinha sendo marcado por decisões de grupos ligados à oposição.
O processo no qual Luciani pediu a pena de prisão para Cristina está ligado a uma acusação de associação ilícita e fraude ao Estado. A vice-presidente é acusada de chefiar o esquema e, por meio dele, favorecer o empresário Lázaro Báez - que ganhou dezenas de concessões de obras públicas desde a ascensão ao poder do ex-presidente e ex-governador Néstor Kirchner, morto em 2010. Báez também está sendo processado e já cumpriu parte de uma sentença por desvio de verbas em outro processo.
"Nada do que os promotores disseram foi provado. Ao contrário, muito do que disseram, na verdade, foi o oposto do que ocorreu", afirmou Cristina na live. Ela fez acusações ao braço direito de Mauricio Macri, Nicolás Caputo, mostrando mensagens que provariam uma atuação dele para livrar o ex-mandatário de acusações de corrupção em seu governo.
A vice-presidente ainda chamou o sistema judicial argentino de corrupto e tendencioso. "Só protege a eles (oposição), por isso não sabemos onde estão os US$ 45 bilhões que Macri pediu ao FMI nem porque ele espionou os familiares das vítimas do ARA San Juan", disse.
A fala fez referência ao acordo do país com o fundo, que foi confirmado pelo governo de Alberto Fernández, contando com a oposição de Cristina; e a uma ação na qual o ex-presidente se tornou réu, envolvendo as 44 vítimas do naufrágio de um submarino em 2017.
Cristina ainda acrescentou: "Querem me condenar por 12 anos porque foram 12 anos que governamos a Argentina com sucesso (referindo-se a seu período e o de Néstor). Mas, se eu nascesse 20 vezes, faria o mesmo 20 vezes. Não posso respeitar um tribunal que está atuando com base no lawfare (uso da lei para perseguição política)".
Do lado de fora, militantes acompanharam o discurso por celular e gritavam em apoio à ex-mandatária. Associações peronistas, como o La Cámpora e a Juventude Peronista, estavam presentes. O caso agora segue para avaliação dos juízes - se condenada, Cristina poderá recorrer. Espera-se que a sentença seja dada em dezembro.
Folhapress
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