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Paraguai

- Publicada em 12 de Agosto de 2022 às 17:25

Vice-presidente do Paraguai renuncia após ser acusado de corrupção pelos EUA

Hugo Velázquez (d) foi designado por Washington como personagem 'significativamente corrupto'

Hugo Velázquez (d) foi designado por Washington como personagem 'significativamente corrupto'


NORBERTO DUARTE/AFP/JC
Uma acusação dos Estados Unidos desencadeou uma crise política no Paraguai nesta sexta-feira (12), culminando em questão de horas na renúncia do vice-presidente, Hugo Velázquez. O embaixador norte-americano no país, Marc Ostfield, anunciou que o político foi designado por Washington como personagem "significativamente corrupto". O Departamento de Estado dos EUA acusa um ex-promotor ligado a Velázquez de tentativa de suborno a uma autoridade, com US$ 1 milhão (R$ 5,1 milhões), para travar uma investigação.
Uma acusação dos Estados Unidos desencadeou uma crise política no Paraguai nesta sexta-feira (12), culminando em questão de horas na renúncia do vice-presidente, Hugo Velázquez. O embaixador norte-americano no país, Marc Ostfield, anunciou que o político foi designado por Washington como personagem "significativamente corrupto". O Departamento de Estado dos EUA acusa um ex-promotor ligado a Velázquez de tentativa de suborno a uma autoridade, com US$ 1 milhão (R$ 5,1 milhões), para travar uma investigação.
No mês passado designação similar havia sido feita contra o ex-presidente Horacio Cartes. O atual vice é considerado homem de confiança do poderoso ex-mandatário. Milionário e proprietário de bancos, fábricas de tabaco e cadeias de supermercados, Cartes lidera uma ala do Partido Colorado que se opõe à do atual presidente, Mario Abdo Benítez. Porém, ele deve favores ao antecessor, desde que teve um recente processo de impeachment interrompido devido a uma costura de congressistas ligados a Cartes.
O ex-presidente (2013-2018) também foi alvo de um pedido de prisão no Brasil, por suposto envolvimento em casos investigados na Operação Lava Jato. Em novembro de 2019, porém, o Superior Tribunal de Justiça derrubou a ordem e lhe concedeu um habeas corpus. O nome de Cartes havia surgido na delação do doleiro Darío Messer, que ficou foragido no Paraguai e foi preso em São Paulo, em meio a apurações sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro internacional.
A crise instalada agora devido à acusação a Velázquez e a sua renúncia ainda pode ter uma série de desdobramentos. O político era pré-candidato da ala de Cartes para as eleições presidenciais de 2023. Já nesta sexta, ao saber das notícias vindas de Washington, anunciou que sairia da corrida e deixaria a vice-presidência. O Congresso, de maioria cartista, deve se reunir na próxima terça (16) para apontar seu sucessor - que não necessariamente precisa ser um parlamentar.
As declarações de Ostfield foram dadas em entrevista coletiva, na qual também foram apontados outros nomes que o Departamento de Estado incluiu como integrantes da lista de corruptos. Entre eles está o ex-promotor Juan Carlos Duarte, também amigo de Cartes, acusado de ter oferecido o suborno para obstruir investigações contra Velázquez.
"(O vice-presidente) é responsável por atos de corrupção significativos, como o oferecimento de suborno a um funcionário público e a ingerência em processos da Justiça", disse. "Velázquez teria pago a Duarte para que oferecesse mais de US$ 1 milhão a um funcionário em troca de silêncio em declarações à Justiça por conta de casos de corrupção." Segundo o embaixador, as designações foram enviadas pelo secretário de Estado, Antony Blinken.
No último dia 22, o próprio ex-presidente Cartes havia sido acusado de corrupção pelos EUA, que também impuseram sanções ao ex-mandatário, incluindo proibição de entrada no país a ele e seus filhos Sofia, Juan Pablo e María Sol.
Ostfield afirmou que a divulgação de uma lista de políticos corruptos por parte do Departamento de Estado é uma maneira de "promover a prestação de contas de funcionários do governo envolvidos em casos de corrupção". E acrescentou: "Também é um apoio a qualquer esforço para interromper e desalentar futuros abusos e combater a impunidade". Segundo ele, os EUA continuarão usando "todas as ferramentas disponíveis para combater a corrupção e o crime organizado, sem considerar a afiliação política, a riqueza e as conexões pessoais".
FOLHAPRESS
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