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Ciência

- Publicada em 26 de Julho de 2022 às 20:48

Rússia diz que deixará a Estação Espacial após 2024

Conforme a Nasa, a ISS deverá operar até 2030, dando lugar a estações espaciais comerciais

Conforme a Nasa, a ISS deverá operar até 2030, dando lugar a estações espaciais comerciais


/Nasa/Divulgação/JC
Agência Estado
A Rússia anunciou nesta terça-feira (26) que deixará de operar na Estação Espacial Internacional (ISS) após o fim de seu compromisso no final de 2024 e se concentrará na construção de seu próprio posto em órbita. O pronunciamento foi feito durante uma reunião entre o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borissov, e o presidente russo, Vladimir Putin. A Nasa disse que não recebeu uma notificação formal sobre a saída. A medida pode levar ao fim duas décadas de cooperação no espaço entre Estados Unidos e Rússia.
A Rússia anunciou nesta terça-feira (26) que deixará de operar na Estação Espacial Internacional (ISS) após o fim de seu compromisso no final de 2024 e se concentrará na construção de seu próprio posto em órbita. O pronunciamento foi feito durante uma reunião entre o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borissov, e o presidente russo, Vladimir Putin. A Nasa disse que não recebeu uma notificação formal sobre a saída. A medida pode levar ao fim duas décadas de cooperação no espaço entre Estados Unidos e Rússia.
"Nós certamente cumpriremos todas as nossas obrigações para com nossos parceiros da ISS", declarou Borissov, durante a reunião televisionada com Putin. "Mas foi tomada a decisão de deixar esta estação depois de 2024", disse ele.
"Acredito que então começaremos a criar a estação orbital russa, que será a principal prioridade do programa espacial nacional", continuou. "O futuro dos voos tripulados russos deve se basear, sobretudo, em um programa científico sistêmico e equilibrado para que cada voo nos enriqueça com conhecimentos na área espacial", completou.
A declaração de Borissov reafirmou falas anteriores de autoridades espaciais russas sobre a intenção de Moscou de deixar a estação espacial após 2024, quando os atuais acordos internacionais para sua operação terminarem. Autoridades russas discutem deixar o projeto desde pelo menos 2021, citando equipamentos antigos e crescentes riscos de segurança.
A Nasa e outros parceiros internacionais esperam manter a estação funcionando até 2030, quando devem aposentá-la. Robyn Gatens, diretora da Nasa responsável pela estação, disse que a ideia é manter a ISS até 2030 e depois trabalhar com estações espaciais comerciais. Perguntada se ela queria o fim das relações espaciais EUA-Rússia, respondeu: "De jeito nenhum". "Eles têm sido bons parceiros, assim como todos os nossos parceiros, e queremos permanecer juntos como uma parceria para continuar operando a estação espacial ao longo desta década", disse ela.
Embora já houvesse um desejo anterior dos russos de se retirarem da ISS, o conflito na Ucrânia e a enxurrada de restrições econômicas do Ocidente parecem ter acelerado a retirada. No mês passado, o chefe anterior da Roscosmos, Dmitri Rogozin, disse que as conversas sobre o envolvimento russo após 2024 só eram possíveis se as sanções dos Estados Unidos contra a indústria espacial russa e outros setores da economia fossem retiradas.
Logo após as tropas russas entrarem na Ucrânia em fevereiro, o presidente norte-americano, Joe Biden, impôs novas sanções contra a Rússia que pretendiam "degradar" o programa espacial do país. "Estimamos que cortaremos mais da metade das importações de alta tecnologia da Rússia. Isso será um golpe em sua capacidade de continuar a modernizar suas forças armadas. Isso degradará sua indústria aeroespacial, incluindo seu programa espacial", disse Biden na época.
Em resposta às sanções, Rogozin, conhecido por suas réplicas e uma rivalidade de anos no Twitter com Elon Musk, da Space X, ameaçou que a Rússia permitiria que a estação colidisse com a Terra. "Existe a possibilidade de uma estrutura de 500 toneladas cair sobre a Índia e a China. Você quer ameaçá-los com tal perspectiva? A ISS não sobrevoa a Rússia, portanto todos os riscos são seus?" disse. A Roscosmos sob o comando de Rogozin também gerou polêmica quando postou fotos de seus três cosmonautas segurando as bandeiras de duas autoproclamadas repúblicas no Leste da Ucrânia, onde a Rússia lançou sua invasão. 
Moscou e Washington cooperaram no espaço mesmo no auge da Guerra Fria, quando as espaçonaves Apollo e Soyuz atracaram em órbita em 1975 na primeira missão espacial internacional tripulada, ajudando a melhorar as relações EUA-Soviética.
 
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