Ao longo dos 70 anos de reinado, Elizabeth II teve premiês que ficaram mundialmente famosos por suas ações como Winston Churchill e Margaret Thatcher; outros foram extremamente importantes para os caminhos do Reino Unido, como Edward Heath e Theresa May, responsáveis, respectivamente, pela entrada da Grã-Bretanha na comunidade europeia e pela articulação do Brexit.
Premiês do reinado de Elizabeth II
Filiado ao Partido Conservador, Churchill foi primeiro-ministro duas vezes; na segunda, serviu à rainha Elizabeth II e permaneceu no cargo por 3 anos e 5 meses. Pelo povo britânico, é lembrado pela sua forte atuação durante a Segunda Guerra Mundial, que levou a vitória do Reino Unido e dos países aliados, e pelo seu trabalho de combate ao fascismo europeu. Em 2002, foi eleito como "maior britânico de todos os tempos" pela BBC.
Eden assumiu o cargo pelo Partido Conservador em 1955 e ficou na posição ao longo de 1 ano e 9 meses, se afastando posteriormente por um motivo de saúde. Durante o seu mandato, a Inglaterra vivenciou a crise do canal do Suez, onde era uma as principais acionistas. A nacionalização do canal pelo Egito fez com que os britânicos, junto com a França e Israel, se envolvessem em um ataque e fossem retirados do território egípcio, sob pressão dos Estados Unidos e da União Soviética.
O mandato de Macmillan ficou conhecido pelo estabelecimento de relações estreitas com os norte-americanos Dwight D. Eisenhower e John F. Kennedy. Em tempos de paz, ele também visitou Moscou ao lado do primeiro-ministro da União Soviética na época, Nikita Khrushchov, com o intuito de amenizar a Guerra Fria. Como primeiro-ministro britânico, ele apoiou o banimento de testes nucleares juntamente com os soviéticos. Macmillan, conhecido também como Primeiro Conde de Stockton, ficou 6 anos e 9 meses como premiê pelo Partido Conservador. Seu governo foi marcado pelo Caso Profumo, escândalo sexual que envolveu o secretário de guerra e membro do parlamento, John Profumo, e uma rede de exploração sexual de jovens.
Douglas-Home foi primeiro-ministro britânico por 11 meses. Ele ocupava uma cadeira na Câmara dos Lordes, câmara não eleita, formada por membros da nobreza britânica, entretanto, para assumir a posição como premiê, teve que renunciar à sua nobreza e ocupar um assento na Câmara dos Comuns para o resto de seu governo.
Wilson foi o primeiro premiê da Rainha Elizabeth II pelo Partido Trabalhista. O seu primeiro mandato durou (1964-1970) durou 5 anos e 8 meses e foi importante para seu partido, uma vez que sua passividade em relação à intervenção dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã fez com que ele perdesse apoio da esquerda. Depois de 4 anos, ele voltou para o cargo e conseguiu uma renegociação do tratado de entrada da Grã-Bretanha na comunidade europeia. O seu segundo mandato durou 2 anos e um mês.
Filiado ao Partido Conservador, Heath se manteve como primeiro-ministro do Reino Unido por 3 anos e 8 meses. A sua maior conquista no cargo foi a negociação de entrada da Grã-Bretanha na comunidade europeia, em 1973, que, posteriormente, sofreu uma alteração com a volta de Harold Wilson ao cargo.
Na sucessão de Wilson, Callaghan se ocupou em estreitar os laços com os Estados Unidos e centrar a política britânica na luta contra a crise econômica e a inflação da época. Para resolver essa questão, ele utilizou das riquezas oriundas da exploração do petróleo no Mar do Norte. Representante do Partido Trabalhista, Callaghan permaneceu 3 anos no cargo de primeiro-ministro.
Margaret foi a primeira-ministra que ficou mais tempo no cargo durante a gestão da Rainha Elizabeth II, somando11 anos e 6 meses. Ela também foi a primeira mulher a ocupar o cargo no século XX. Além de Baronesa Thatcher de Kesteven, ela também era conhecida como "Dama de Ferro", expressão dada por um jornalista soviético para caracterizar seu estilo de liderança. No cargo, ela implementou iniciativas políticas e econômicas voltadas para reverter o quadro de desemprego e dificuldades do país vindas da recessão. Algumas de suas ações fiaram conhecidas como Thatcherismo. Sob forte pressão política, Thatcher se demitiu em novembro de 1990.
Sucessor de Thatcher, John Major seguiu seus passos e atuou como primeiro-ministro por 6 anos e 5 meses. Ele foi o responsável por anular a polêmica 'Poll Tax', esquema de cobrança de impostos proporcionais instituída pelo governo de Thatcher, e por ratificar o Tratado de Maastricht, que possibilitou a criação da União Europeia e desenvolveu as bases para a consolidação de uma moeda única no continente: o euro.
Blair assumiu o cargo apresentando uma ideia de "modelo para o século XXI", que seguia o princípio de "trabalho para os que podem trabalhar" e "assistência para os que não podem trabalhar". Assim, o seu governo foi marcado por robusto crescimento econômico em paralelo a um aumento da dívida pública. Ele também focou em políticas sociais, criando o salário mínimo nacional e a sanção de leis de liberdade de informações. Blair ficou por 10 anos e 1 mês na posição de premiê, sendo assim o mais longevo primeiro-ministro o Partido Trabalhista na posição.
Sucedendo a Tony Blair na função, o governo de Brown foi responsável por introduzir pacotes de resgate para ajudar a manter vivos os bancos durante a crie global financeira entre 2008 e 2009. Essa medida acarretou como consequência o aumento da dívida nacional do Reino Unido. Foi o seu governo que aprovou a primeira Lei de Mudança Climática do mundo e a Lei da Igualdade em 2010 que consolidou as leis antidiscriminação. Brown permaneceu no cargo por 2 anos e 10 meses.
Ao tomar posse, David Cameron anunciou que seu partido formaria um governo de coalizão com os liberais democratas para o mandato, uma vez que nenhum dos lados conseguiu maioria absoluta no Parlamento nas eleições de 2010. Ao assumir, Cameron encontrou uma economia britânica em recessão, tendo que tomar medidas focadas reduzir de impostos para alguns setores e corte de gastos em outros. Ainda para sanar os problemas financeiros, o primeiro-ministro adotou medidas de austeridade, que afetaram o setor social como o sistema de saúde, educação e até o sistema de imigração. Cameron acreditava que o Reino Unido deveria se afastar da União Europeia (UE). Pelo Partido Conservador, ele ficou 6 anos e 2 meses no cargo.
Ao longo do 3 anos no cargo, May tomou a frente do processo de retirada do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, mas não obteve sucesso ao ser barrada pelo Parlamento. Durante o seu mandato, a primeira-ministra recebeu voto de não confiança dos parlamentares do seu próprio partido em 2018 e, no ano seguinte, moção de desconfiança do Parlamento, entretanto se manteve no cargo em ambos os momentos.