Erdogan disse, no encerramento de uma cúpula da aliança em Madri, que o acordo com os dois países nórdicos foi uma vitória para Ancara, ao responder a todas as questões turcas. Ele ressaltou a exigência para que Suécia e Finlândia extraditem suspeitos de terrorismo vinculados com os grupos curdos ou a rede do clérigo exilado acusado de um fracassado golpe em 2016 na Turquia.
Mas Erdogan disse que, caso os dois países recuem em suas promessas, o Parlamento turco poderia não ratificar o acordo. O acesso à Otan precisa ser formalmente aprovado por todos os 30 membros. O presidente turco informou que a Suécia havia prometido extraditar 73 "terroristas" à Turquia e combater atividades de financiamento e recrutamento do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e grupos ligados a este. Os EUA e a União Europeia qualificam o PKK como terrorista.
O texto do memorando não cita números específicos de extradições. A delegação sueca em Madri ainda não havia respondido aos comentários de Erdogan. O governo sueco tem tentado responder a preocupações de que o acordo possa levar a extradições à Turquia sem o devido processo.
O presidente finlandês, Sauli Niinisto, ressaltou que Helsinque apontou que o memorando não lista o nome de indivíduos. Segundo ele, a legislação do próprio país e acordos internacionais serão seguidos, nessas decisões. O chanceler alemão, Olaf Scholz, por sua vez, disse que desejava concluir o processo de adesão dos dois países "rapidamente".