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Relações Internacionais

- Publicada em 27 de Junho de 2022 às 21:32

Cúpula da Otan começa nesta terça e marca aumento do efetivo militar no Leste Europeu

Stoltenberg acredita que cúpula em Madri será um ponto de virada e que várias decisões importantes serão tomadas

Stoltenberg acredita que cúpula em Madri será um ponto de virada e que várias decisões importantes serão tomadas


Kenzo TRIBOUILLARD/AFP/JC
A cúpula da Otan em Madri nesta terça (28) e quarta (29) deve assinalar uma espécie de refundação da aliança militar ocidental diante do prolongamento da Guerra da Ucrânia, e também marcar o endurecimento do tom com o qual a Rússia é tratada pelos países membros. "Esta cúpula será um ponto de virada e várias decisões importantes serão tomadas", afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva em Bruxelas nesta segunda (27).
A cúpula da Otan em Madri nesta terça (28) e quarta (29) deve assinalar uma espécie de refundação da aliança militar ocidental diante do prolongamento da Guerra da Ucrânia, e também marcar o endurecimento do tom com o qual a Rússia é tratada pelos países membros. "Esta cúpula será um ponto de virada e várias decisões importantes serão tomadas", afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva em Bruxelas nesta segunda (27).
Segundo ele, o número de soldados de prontidão na parte leste da Europa passará dos atuais 40 mil para mais de 300 mil, caso seja necessário responder a um possível ataque russo, num contexto em que a invasão da Ucrânia se encaminha para o quinto mês, marcando o momento de maior tensão bélica no continente desde a Segunda Guerra Mundial.
O efetivo será espalhado entre Lituânia, Estônia, Letônia, Polônia, Romênia, Hungria, Eslováquia e Bulgária. Homens na Alemanha também ficarão de prontidão, no que é a maior revisão da defesa coletiva da aliança desde a Guerra Fria, segundo Stoltenberg.
O encontro também deve marcar a mudança da linguagem com a qual a Otan trata Moscou - pela redação atual, consagrada em sua cúpula de Lisboa em 2010, a Rússia é descrita como um parceiro estratégico.
"Espero que os aliados afirmem claramente que a Rússia representa uma ameaça direta à nossa segurança, aos nossos valores, à ordem internacional baseada em regras", afirmou o secretário.
"O Kremlin abandonou a parceria e o diálogo que a Otan tenta estabelecer com a Rússia há muitos anos. Eles escolheram o confronto em vez do diálogo. Lamentamos isso, mas é claro que precisamos responder a essa realidade."
A cúpula ocorre em um momento crucial para a aliança, após uma discórdia interna durante a era do ex-presidente dos EUA Donald Trump, que ameaçou retirar Washington do grupo. Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro desencadeou uma mudança geopolítica, levando dois países antes neutros, Finlândia e Suécia, a se inscreverem para ingressar na Otan, e a Ucrânia a iniciar o processo para virar membro da União Europeia.
Os líderes da aliança também intensificarão seu apoio à Ucrânia. O presidente Volodimir Zelensky se dirigirá a eles por meio de videoconferência. Segundo Stoltenberg, a Otan vai fornecer armas pesadas a Kiev e quer ajudar a Ucrânia, no longo prazo, a passar de equipamentos militares da era soviética para equipamentos modernos.
Os aliados da Otan se comprometeram a dedicar 2% de seu PIB aos gastos com defesa em 2024, mas apenas nove dos 30 membros atingiram essa meta em 2022 - Grécia, Estados Unidos, Polônia, Lituânia, Estônia, Reino Unido, Letônia, Croácia e Eslováquia.
A França investe 1,90%, a Itália 1,54%, a Alemanha 1,44% e a Espanha, país anfitrião da cúpula, é o penúltimo da lista com 1,01%, à frente do Luxemburgo (0,58%), segundo dados publicados nesta segunda-feira pela Otan. "Para responder à ameaça, esta meta de 2% torna-se um piso e não mais um teto", anunciou Stoltenberg.
FOLHAPRESS
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