O Reino Unido diz que a decisão para mudar o tratado juridicamente vinculativo - uma aparente violação do direito internacional - funciona como uma apólice de seguro caso não consiga chegar a um acordo com o bloco para encerrar uma longa disputa sobre as regras comerciais pós-Brexit, como é conhecida a saída do país da UE. "Nossa preferência é chegar a um resultado negociado com a UE", disse a secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss.
O anúncio provocou uma forte resposta da UE, que há muito acusa o primeiro-ministro do país insular, Boris Johnson, de tentar escapar de um acordo que seu governo negociou e assinou como parte da saída do Reino Unido do bloco em 2020. O imbróglio aumenta as chances de uma guerra comercial entre as duas partes.
Em vez disso, para proteger o mercado único da UE, há verificações de alguns bens, como carne e ovos, que entram na Irlanda do Norte vindos do resto do Reino Unido. O acordo é contestado por apoiadores da união britânica na Irlanda do Norte, que alegam sobrecarga para as empresas e desgaste nos laços entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.
O governo britânico concorda que as regulamentações comerciais, conhecidas como Protocolo da Irlanda do Norte, estão desestabilizando um acordo de paz que conta com o apoio de comunidades protestantes unionistas e nacionalistas católicas. Johnson diz que seu governo quer consertar, em vez de eliminar, os acordos. Londres espera que sua ameaça de adotar nova legislação - que levaria meses para passar pelo Parlamento - aumente a pressão sobre a UE.
O bloco insiste que o tratado não pode ser renegociado, embora esteja disposto a ser flexível sobre como as regras são implementadas. A UE pode revidar com ações legais e potencialmente sanções comerciais, se o Reino Unido não recuar.