Uma eleição sem precedentes. É nesse clima que 49 milhões de eleitores foram às urnas neste domingo (10) para escolher o próximo presidente da França. Assim como há cinco anos, o segundo turno da eleição deve ser disputado entre Emmanuel Macron, 44 anos, e Marine Le Pen, 53. Projeções de institutos mostram que os dois foram os mais votados entre 12 candidatos e, assim, devem voltar a se enfrentar em 24 de abril.
De acordo com os números da Ipsos, divulgados após o fechamento das urnas (às 20h de Paris, 15h em Brasília), o presidente centrista tem 28% dos votos, ante 23,2% da candidata da ultradireita. Em terceiro lugar, vem o ultraesquerdista Jean-Luc Mélenchon, com 21,7%.
No primeiro turno de 2017, Macron obteve 8,6 milhões de votos, com 24% dos válidos, enquanto Le Pen somou 7,7 milhões, com 21%. Pesquisa divulgada neste domingo, também da Ipsos, aponta vitória de Macron por 54% a 46% no segundo turno. Em 2017, ele derrotou Le Pen por 66% a 34%. A última vez que um presidente francês conseguiu a reeleição foi há 20 anos, com o conservador Jacques Chirac.
A abstenção é estimada em 26%, mais alta do que há cinco anos, quando atingiu 22,2% - na França, o voto não é obrigatório. A taxa deste domingo só não é maior que a registrada em 2002, de 28,4%.
Os principais candidatos votaram pouco antes da hora do almoço. Por volta das 11h, Mélenchon foi à urna na cidade de Marseille. Pouco depois foi a vez de Le Pen comparecer à sua seção, em Hénin-Beaumont, no norte do país. Acompanhado da mulher, Macron votou pouco antes das 13h em Le Touquet, também ao norte da França. Os três se dirigiram depois para Paris, onde vão acompanhar a apuração.
Logo após a divulgação dos primeiros números, as candidatas Valérie Pécresse e Anne Hidalgo anunciaram apoio a Macron. Elas representam os dois partidos mais tradicionais do país, que, nesta eleição, obtiveram números ínfimos - a republicana Pécresse tem 4,8%; a socialista Hidalgo, prefeita de Paris, 1,7%. O verde Yannick Jadot (4,7%) e o comunista Fabien Roussel (2,4%) também se posicionaram a favor do presidente.