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Guerra na Ucrânia

- Publicada em 23 de Março de 2022 às 08:31

Com guerra, preço do potássio triplica

Principal insumo usado como fertilizante na agricultura viu seu preço mais do que triplicar

Principal insumo usado como fertilizante na agricultura viu seu preço mais do que triplicar


CNA Agro/ Divulgação JC
Agência Estado
A alta no preço do potássio testa os limites do mercado. O principal insumo usado como fertilizante na agricultura viu seu preço mais do que triplicar neste mês em relação ao custo de um ano atrás. A tonelada do potássio, que o mundo negociava por cerca de US$ 300 no início de 2021, está cotada hoje em US$ 1,1 mil. E a tendência é de alta, dada a incerteza sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.
A alta no preço do potássio testa os limites do mercado. O principal insumo usado como fertilizante na agricultura viu seu preço mais do que triplicar neste mês em relação ao custo de um ano atrás. A tonelada do potássio, que o mundo negociava por cerca de US$ 300 no início de 2021, está cotada hoje em US$ 1,1 mil. E a tendência é de alta, dada a incerteza sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O potássio é um dos três fertilizantes químicos essenciais na produção agrícola de larga escala. Ao lado do nitrogênio e do fósforo, o item retirado do subsolo de rochas compõe a trinca dos elementos - conhecida pela sigla NPK - mais utilizados no cultivo de soja, milho, café, trigo, arroz e cana-de-açúcar, além de frutas. Se considerada a oferta do composto NPK, o Brasil importa hoje 85% desses fertilizantes para abastecer o consumo nacional. A dependência específica de potássio, porém, sobe para 96%.
O maior pico no preço global do potássio registrado até hoje ocorreu entre 2008 e 2009, quando a crise das hipotecas dos bancos americanos contaminou a economia mundial. Naquela ocasião, apontam os dados históricos, o potássio chegou a custar US$ 700 a tonelada. O câmbio, porém, estava na casa dos R$ 2,20. Hoje, o preço chega ao mercado ao custo de R$ 1,1 mil, mas com dólar em torno de R$ 5.
O que preocupa governo, fornecedores e agricultores é não ter ideia de quando a situação será resolvida. Extrair potássio não é algo que se faz do dia para a noite. Trata-se de minas que, geralmente, estão localizadas em profundidades de 600 a 800 metros. Não basta apenas alcançar essas áreas. É preciso abrir túneis por onde circulam máquinas de grande porte. Por vezes, até mesmo caminhões. Isso significa investimento pesado e vários meses ou ano de obras.
Com cerca de três meses de estoque de fertilizantes, o Brasil tenta garantir que não haja falta do insumo. O Estadão ouviu dois dos principais fornecedores de potássio em todo o mundo e que possuem atuação direta no País, a norueguesa Yara Fertilizantes e a canadense Mosaic Fertilizantes.
Maicon Cossa, vice-presidente comercial da Yara no Brasil, disse que a companhia tem feito tudo o que é possível para garantir a entrega do insumo. O Brasil é o maior cliente individual da empresa no planeta e responde por cerca de 20% de toda a sua produção, hoje comercializada em mais de 150 países.
“Temos investido para aumentar a produção, mas o que podemos garantir, no curto prazo, é rodar com a eficiência máxima possível a nossa estrutura”, afirmou Cossa. “Há muitas incertezas sobre o desenrolar da guerra. O que a Yara está fazendo, sendo uma empresa global, é buscar o melhor possível para minimizar os impactos no Brasil.”
Além de trazer ao País a manufatura de potássio que concentra em países como Noruega e Holanda, a Yara tem bases de exploração do produto em Rio Grande (RS) e em Cubatão (SP). Essa produção local responde por cerca de 20% de tudo que a empresa vende no mercado nacional.
A Mosaic Fertilizantes informou que “lamenta o que está ocorrendo no cenário geopolítico internacional” e que “está atenta aos impactos nos mercados nacional e internacional de fertilizantes, analisando cautelosamente para atender da melhor forma às demandas locais”. O potássio tem um peso médio que oscila entre 30% e 40% no custo da produção agrícola, conforme a região e o plantio.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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