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Internacional

- Publicada em 04 de Dezembro de 2021 às 08:52

Futuro presidente chileno terá de negociar com Congresso dividido

Tanto Boric quanto Kast terão de negociar para formar uma maioria no Congresso

Tanto Boric quanto Kast terão de negociar para formar uma maioria no Congresso


MARTIN BERNETTI e Ernesto BENAVIDES/AFP/JC
Com projetos antagônicos, candidatos de dois extremos disputarão o segundo turno no Chile. O ultraconservador José Antonio Kast e o socialista Gabriel Boric, no entanto, terão de moderar o discurso para negociar apoio do centro. Além disso, quem vencer, se quiser governar, terá de construir laços com um Congresso fragmentado.
Com projetos antagônicos, candidatos de dois extremos disputarão o segundo turno no Chile. O ultraconservador José Antonio Kast e o socialista Gabriel Boric, no entanto, terão de moderar o discurso para negociar apoio do centro. Além disso, quem vencer, se quiser governar, terá de construir laços com um Congresso fragmentado.
"Cada candidato representa uma ala da sociedade chilena. O Congresso está fragmentado, tende a ser multipartidário. Portanto, qualquer um dos dois terá de construir uma maioria, uma boa relação com a oposição e a Constituinte", afirma Pamela Figueroa, professora da Universidade de Santiago do Chile.
Kast, advogado de 55 anos, de extrema direita, foi o mais votado no primeiro turno de 21 de novembro, mas com apenas 27,9% dos votos. Durante a campanha, ele manteve um discurso de candidato da ordem, após os distúrbios que começaram em 2019 e deixaram um saldo de 34 mortos.
Boric, deputado e ex-líder estudantil, de 35 anos, candidato de uma aliança de esquerda que inclui o Partido Comunista, teve 25,8% dos votos. Ele se identifica com os protestos sociais de 2019, que levaram à formação de uma Constituinte, e fala em combater a desigualdade com um novo modelo de país.

Renovação do congresso chileno ocorreu em mais da metade das cadeiras

Mais da metade dos deputados eleitos é de estreantes na política. Por isso, ainda é cedo para dizer para qual lado do espectro ideológico pende a balança e quais alianças poderão se formar. No Senado, a divisão é mais clara. A direita ocupará 68 cadeiras. A esquerda, 79 - e 8 senadores são independentes.
"A direita conseguiu uma boa representação no Congresso, recuperando poder de veto, mas também há uma grande bancada da esquerda. Dentro dela está a centro-esquerda, que terá de definir qual será o seu papel nesse Congresso", avalia Pamela.
Para o cientista político da ESPM-SP Paulo Ramirez, será preciso acompanhar como essas alianças serão feitas. "Qualquer um que seja eleito terá de negociar para formar uma maioria e isso poderá ser feito com distribuição de cargos, acordos entre partidos que não têm uma relação ideológica."
As primeiras pesquisas de intenção de voto, divulgadas no domingo (28), mostram Boric à frente de Kast, invertendo a pequena vantagem que o ultradireitista conquistou no primeiro turno. Apesar disso, a margem é pequena e os dois já começaram a correr para o centro.
Na sondagem do instituto Pulso Ciudadano, Boric lidera com 40,4%, contra 24,5% de Kast. Em levantamento da Cadem, o esquerdista também supera Kast, com 54% dos votos contra 46%.
"A tendência de Boric é atenuar o discurso, tanto que questionou a eleição na Nicarágua, após uma polêmica com o Partido Comunista. As negociações já começaram, mas o cenário é incerto", explica Ramirez.
 
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