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China

- Publicada em 08 de Novembro de 2021 às 17:02

China constrói maquetes de navios dos EUA para treinar disparos de mísseis

Imagem mostra um alvo do tamanho de um navio sobre uma ferrovia

Imagem mostra um alvo do tamanho de um navio sobre uma ferrovia


Technologies/AFP/JC
Imagens de satélites de uma empresa norte-americana mostraram, neste domingo (7), que a China construiu maquetes em tamanho real de um porta-aviões da Marinha e de outros navios de guerra dos Estados Unidos no deserto de Xinjiang.
Imagens de satélites de uma empresa norte-americana mostraram, neste domingo (7), que a China construiu maquetes em tamanho real de um porta-aviões da Marinha e de outros navios de guerra dos Estados Unidos no deserto de Xinjiang.
Os modelos, possivelmente desenvolvidos para servirem como objeto de treinamento, refletem os esforços de Pequim para aprimorar suas defesas contra forças navais, especialmente dos EUA, visto que as tensões continuam altas com Washington na região de Taiwan e do Mar do Sul da China.
Os registros feitos por satélites da empresa Maxar mostraram maquetes em tamanho real de um porta-aviões dos EUA e de pelo menos dois destróieres construídos no que parece ser um novo complexo militar em Taklamakan, um dos maiores desertos do mundo, no noroeste da China.
As imagens também mostraram uma ferrovia de seis metros de largura sobre a qual havia um alvo do tamanho de um navio - o que, segundo especialistas, pode ser usado para simular uma embarcação em movimento.
Segundo o Instituto Naval dos EUA, o complexo foi usado para testes de misseis balísticos. "A análise das imagens históricas de satélite mostra que o modelo do porta-aviões foi construído inicialmente entre março e abril de 2019", diz o relatório do órgão. "Passou por várias reconstruções e foi quase totalmente desmontado em dezembro de 2019. Mas o local voltou a funcionar no final de setembro deste ano e a estrutura estava praticamente concluída no início de outubro".
Questionado nesta segunda-feira (8) sobre as imagens, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse não estar ciente da situação. Na China, os programas de mísseis antinavios são supervisionados pela Força de Foguetes do Exército de Liberação do Povo (PLARF, na sigla em inglês).
De acordo com o último relatório anual do Pentágono, o PLARF conduziu seu primeiro lançamento de fogo real no Mar do Sul da China em julho de 2020. Na ocasião, foram disparados seis mísseis balísticos DF-21 nas águas ao norte das ilhas Spratly, onde Pequim tem disputas territoriais com Taiwan e outros quatro países do Sudeste Asiático.

Escalada na tensão com Taiwan tem elevado o tom na Ásia

O poderio militar de Pequim é tema recorrente no noticiário internacional e, nas últimas semanas, tornou-se ainda mais. No mês passado, o jornal britânico Financial Times publicou uma reportagem afirmando que China testou em agosto um míssil hipersônico que circulou a Terra antes de acelerar em direção a seu alvo, o que teria surpreendido a inteligência dos EUA. Pequim negou o relato e disse que o que foi testado era um veículo espacial, não um míssil.
Dias depois, China e Rússia enviaram dez navios de guerra pela primeira vez para atravessar o estreito que separa as duas principais ilhas do arquipélago nipônico, o que foi visto como uma provocação direta aos EUA e ao Japão no Pacífico.
No campo dos discursos, o presidente Joe Biden procurou fazer uma demonstração de força ao dizer, em entrevista à CNN, que os EUA defenderiam Taiwan de uma eventual invasão chinesa. A fala tocou em um ponto sensível para Pequim, que considera Taiwan uma província rebelde e, frequentemente, acusa Washington e seus aliados ocidentais de interferência em um assunto que diz respeito somente à China.
"Quando se trata de questões relacionadas à soberania e integridade territorial da China e outros interesses fundamentais, não há espaço para fazer compromissos ou concessões", afirmou Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia de Pequim, na ocasião. "E ninguém deve subestimar a forte determinação, firme vontade e grande capacidade do povo chinês de defender sua soberania nacional e integridade territorial."
No final de outubro, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, também concedeu entrevista à imprensa e confirmou relatos de que mais de 20 membros de operações especiais dos EUA e um contingente de fuzileiros navais estão há mais de um ano em território taiwanês.