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Relações Internacionais

- Publicada em 16 de Setembro de 2021 às 16:45

EUA, Reino Unido e Austrália firmam acordo para Indo-Pacífico 'livre'

Acordo de cooperação foi nomeado de Aukus, um acrônimo com o nome dos países em inglês

Acordo de cooperação foi nomeado de Aukus, um acrônimo com o nome dos países em inglês


Andrew Harnik/Pool/AFP/JC
Estados Unidos, Reino Unido e Austrália lançaram nesta quinta-feira (16) um novo acordo de cooperação, nomeado Aukus, um acrônimo com o nome dos países em inglês. Um dos principais objetivos é reforçar as capacidades navais no Pacífico diante da crescente influência da China na região, equipando a nova frota australiana com submarinos nucleares. 
Estados Unidos, Reino Unido e Austrália lançaram nesta quinta-feira (16) um novo acordo de cooperação, nomeado Aukus, um acrônimo com o nome dos países em inglês. Um dos principais objetivos é reforçar as capacidades navais no Pacífico diante da crescente influência da China na região, equipando a nova frota australiana com submarinos nucleares. 
Se o plano se concretizar, o país da Oceania poderá começar a realizar patrulhas de rotina que poderão passar por áreas do mar do sul da China, região que Pequim reivindica como sua zona exclusiva, e que se estenderão até o Taiwan.
O presidente norte-americano, Joe Biden, descreveu a parceria como "uma nova fase da cooperação", e afirmou que o mundo depende de um Indo-Pacífico livre e aberto, e que a Casa Branca está comprometida com esse objetivo. "Estamos juntos com Reino Unido e Austrália para enfrentar desafios e ameaças do século XXI", disse Biden, indicando que o mesmo foi feito no século passado.
Nenhum dos três líderes citou nominalmente a China, mas o norte-americano afirmou que irá seguir a cooperação com o grupo Quad, que além da Austrália é composto por Índia e Japão, para continuar buscando liberdade no Indo-Pacífico, grupo que é percebido como uma tentativa de conter a expansão da influência de Pequim na região.
O principal ponto da cooperação é oferecer à Austrália parceria para o acesso a submarinos providos com reatores nucleares, algo que EUA e Reino Unido já utilizam. Biden lembrou que não se trata de armas, percepção que o premiê da Austrália, Scott Morrison, também buscou reforçar. "Seguimos comprometidos com a não proliferação nuclear de armas", afirmou o australiano, que indicou ser necessário levar a "parceria para um novo nível", uma vez que considera que o futuro do Indo-Pacífico irá afetar todo o mundo.

China classifica razões da aliança de 'extremamente irresponsáveis'

A China se manifestou sobre o acordo horas depois, afirmando que as razões da aliança são "extremamente irresponsáveis". O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, disse que o acordo irá "prejudicar seriamente a paz e a estabilidade regionais, exacerbar uma corrida armamentista e dificultar os acordos internacionais de não proliferação nuclear", informou o Global Times, um jornal chinês controlado pelo Partido Comunista.
 
Os submarinos movidos a energia nuclear serão mais rápidos, mais difíceis de detectar e potencialmente muito mais letais do que os submarinos movidos a diesel que a Austrália planeja comprar da França - em uma negociação estimada em US$ 66 milhões (o equivalente a cerca de R$ 346,8 milhões).
 
Atualmente, apenas seis nações operam submarinos movidos a energia nuclear, e os Estados Unidos haviam compartilhado a tecnologia apenas com o Reino Unido.
 
A medida é vista como um passo importante para a Austrália, que nos últimos anos tem hesitado em recuar diretamente em relação aos principais interesses chineses. No entanto, o país tem se sentido cada vez mais ameaçado. Não por acaso, há três anos, a Austrália esteve entre as primeiras nações a proibir a Huawei, gigante chinesa das telecomunicações.