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Internacional

- Publicada em 07 de Julho de 2021 às 16:39

Premiê do Haiti declara estado de sítio após assassinato do presidente Jovenel Moise

Governo interino decretou estado de sítio por 15 dias para 'assegurar a continuidade do Estado'

Governo interino decretou estado de sítio por 15 dias para 'assegurar a continuidade do Estado'


VALERIE BAERISWYL/AFP/JC
A tensão ganhou as ruas do Haiti nesta quarta-feira (7), horas depois do assassinato do presidente Jovenel Moise, de 53 anos, morto a tiros em sua residência privada na madrugada. O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, decretou estado de sítio de 15 dias para "assegurar a continuidade do Estado", depois de uma reunião de emergência com o conselho de ministros. Em estado grave, a primeira-dama Martine Moise, de 47 anos, deve ser transferida para Miami.
A tensão ganhou as ruas do Haiti nesta quarta-feira (7), horas depois do assassinato do presidente Jovenel Moise, de 53 anos, morto a tiros em sua residência privada na madrugada. O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, decretou estado de sítio de 15 dias para "assegurar a continuidade do Estado", depois de uma reunião de emergência com o conselho de ministros. Em estado grave, a primeira-dama Martine Moise, de 47 anos, deve ser transferida para Miami.
Temendo que a crise interna no Haiti se espalhe para a outra metade da Ilha de Hispaniola, a República Dominicana mobilizou tropas para proteger a fronteira. O Conselho de Segurança da ONU deve debater nesta quinta-feira (8) a crise na ex-colônia francesa.
"Peço que todas as forças da nação nos ajudem na batalha para manter a continuidade do Estado", disse o premiê em comunicado. Joseph garantiu que a Polícia e o Exército têm o controle do país e pediu calma à população.
No pronunciamento, o premiê ainda prometeu uma investigação sobre a morte de Moise e medidas de segurança especiais, entre eles a proibição de reuniões. O governo acredita que Moise foi alvo de um grupo de mercenários, que segundo autoridades locais, falavam espanhol.
Joseph garante estar no comando da nação, mas não está claro até onde vai seu poder, nem se há risco de vácuo institucional no país, marcado por sucessivas crises políticas, desastres naturais e intervenções militares nas últimas décadas. "Vamos procurar por harmonia para que o país não colapse no caos", pediu o premiê interino, que seria substituído nos próximos dias, mas se apresentou como chefe de governo à nação.
Moise, ex-empresário que construiu diversos negócios no norte do país, de onde é natural, irrompeu no cenário político em 2017 com uma mensagem de reconstrução. Ele fez campanha com promessas populistas, mas manteve a retórica mesmo depois de ser eleito em fevereiro de 2017. O presidente vinha enfrentando forte oposição de setores da sociedade que consideravam seu mandato ilegítimo.

Presidente vivia momento de contestação

A instabilidade política no país se acentuou nos últimos meses após as autoridades haitianas terem frustrado uma "tentativa de golpe" de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro.
Na ocasião, mais de 20 pessoas foram presas durante a suposta tentativa de golpe, entre eles o juiz do Tribunal de Cassação - maior instância da Justiça haitiana - Ivickel Dabrésil e a inspetora geral da polícia nacional, Marie Louise Gauthier. "O juiz organizou um complô para dar um golpe de Estado para desestabilizar o país", disse o ministro da Justiça, Rockefeller Vincent.
"Agradeço ao responsável pela minha segurança e pela do palácio. O sonho dessa gente era atentar contra minha vida. Graças a Deus isso não ocorreu. O plano foi abortado", disse Moise na ocasião.
A oposição negou uma tentativa de golpe, mas há meses pressionava pela renúncia de Moise e pela nomeação de um presidente interino para um período de transição - um dos cotados para ocupar o cargo era justamente o juiz Dabrésil.
Moise governava o Haiti sem o controle do Legislativo desde o ano passado e dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.
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