O governo norte-americano anunciou nesta quarta-feira (14) que vai retirar todos os soldados norte-americanos do Afeganistão até 11 de setembro, data do 20º aniversário dos atentados de 2001 às Torres Gêmeas, em Nova York. Os Estados Unidos tinham se comprometido com os talibãs a retirar a totalidade das tropas do Afeganistão antes de 1º de maio, porém, o presidente Joe Biden afirmou que a retirada não se dará de forma "precipitada".
"Acredito que nossa presença no Afeganistão deve se concentrar no motivo pelo qual fomos em primeiro lugar: garantir que o Afeganistão não seja usado como base para atacar nossa pátria. Cumprimos esse objetivo", disse Biden. A coletiva de imprensa foi realizada no Cemitério Nacional de Arlington, em Arlington, Virgínia, onde muitos dos milhares de soldados dos EUA mortos no Afeganistão estão enterrados.
A Casa Branca informou ainda que essa retirada de tropas seria "coordenada" e simultânea com o das outras forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Dissemos aos talibãs, sem qualquer ambiguidade, que responderemos energicamente a qualquer ataque a soldados norte-americanos, enquanto procedemos a retirada ordenada e segura", acrescentou.
Os Estados Unidos passaram a intervir no Afeganistão após os atos terroristas em Nova York e Washington, retirando os talibãs do poder em Cabul, acusando-os de terem acolhido o grupo jihadista Al-Qaeda, responsável pelos ataques, bem como ao seu líder, Osama bin Laden.
O Pentágono manifestou recentemente dúvidas sobre a capacidade dos talibãs de honrarem esse compromisso. Os talibãs têm tido dificuldade em chegar a um acordo com as forças governamentais de Cabul, em negociações que começaram em setembro, mas estão paralisadas.