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Internacional

- Publicada em 08 de Fevereiro de 2021 às 15:08

Mais votado no 1º turno no Equador, Arauz tem Rafael Correa como padrinho político

Andrés Arauz lidera a votação do 1º turno das eleições presidenciais do Equador

Andrés Arauz lidera a votação do 1º turno das eleições presidenciais do Equador


RODRIGO BUENDIA/AFP/JC
Apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, o candidato Andrés Arauz lidera a votação do 1º turno das eleições presidenciais do Equador e irá ao segundo turno, segundo a apuração oficial, ainda não finalizada.
Apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, o candidato Andrés Arauz lidera a votação do 1º turno das eleições presidenciais do Equador e irá ao segundo turno, segundo a apuração oficial, ainda não finalizada.
Por volta das 9h30min desta segunda-feira (8), com mais de 97% de urnas apuradas, ele era o mais votado, com 32,2%. Seus rivais, Guillermo Mendoza e Yaku Perez, apresentavam um empate técnico, em uma disputa acirrada pelo segundo lugar.
O resultado será uma vitória de Rafael Correa, que governou o Equador de 2007 a 2017. A publicidade para a candidatura de Arauz com Correa de vice tinha ficado até pronta, em cartazes que traziam os dois sobrenomes e a hashtag #BinomiodaEsperança. O plano era colocar em prática a mesma estratégia que Cristina Kirchner usou em 2019. Para driblar a alta rejeição a seu nome, a argentina colocou o moderado Alberto Fernández no alto da cédula. Com isso, o peronismo venceu.
Para Correa, as coisas ficaram mais difíceis porque, pelo fato de ter uma condenação por corrupção, teria de viajar ao país para fazer pessoalmente sua inscrição como candidato. Só que, se fizesse isso, poderia ser preso ao chegar. Pediu para registrar-se estando no exterior, algo que já havia sido permitido em outros casos, mas no caso de Correa foi indeferido. O ex-mandatário alegou ter sido vítima de perseguição política. Não adiantou.
Foi assim que o rosto de Correa continuou a aparecer nos cartazes de propaganda eleitoral de Arauz, praticamente um desconhecido do público, marcando que ele seria apenas seu padrinho político. Para vice, foi escolhido outro político do grupo de Correa, Carlos Rabascall.
A dupla, então, mudou de discurso. Correa não teria mais cargos numa eventual presidência de Arauz, sequer retornaria ao país. Seria um assessor político e econômico informal, e continuaria a viver na Bélgica. Arauz afirmou que faria de tudo para desarmar a sentença que condenou o padrinho a oito anos de cadeia. Senão, admite que poderia dar-lhe um indulto.
Arauz completou 36 anos de idade no sábado (6). Além de jovem, também é pouco conhecido no país por ter morado muito tempo fora. Cursou economia na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Depois, voltou ao Equador para seu mestrado na Flacso (Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais). Recentemente, estava realizando seu doutorado na UNam (Universidade Nacional Autônoma do México).
Nascido em Quito, é filho de um dirigente de uma companhia petrolífera e de uma agente de turismo. Foi criado, porém, por sua avó materna, Flor Galarza, 106 anos, quem levou a votar neste domingo (7). "A ela devo a educação que tive quando criança e todo o carinho que recebi".
Em 2009, Arauz trabalhou no Banco Central do Equador. Em 2015, foi nomeado por Correa como ministro de conhecimento e talento humano. Também foi ministro de Cultura.
Em 2017, com a vitória de Lenín Moreno, fundou o Observatório da Dolarização, um think tank sobre temas econômicos relacionados ao futuro do país, embora estivesse no México, instalado com a mulher, Mariana Véliz, e o filho do casal. Arauz sabe falar inglês, francês e russo, além de espanhol.
Há uma investigação em curso sobre os contratos públicos que a agência de viagens que pertence à sua mãe teria recebido enquanto ele integrava o governo Correa. Outra investigação aberta contra Arauz é a que questiona a contratação irregular de uma empresa de publicidade, enquanto era ministro de cultura.
Entre suas promessas de campanha estão o retorno das políticas de redistribuição de renda e de alto gasto público, que marcaram o governo de Correa, um possível calote no FMI e, no combate aos efeitos da pandemia e a distribuição de mil dólares a mais de um milhão dos equatorianos que estejam desempregados por conta da atual situação.
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