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Internacional

- Publicada em 11 de Novembro de 2020 às 17:16

Ante cerco chinês, parlamentares pró-democracia renunciam em Hong Kong

Entrevista coletiva começou com todos os legisladores da oposição de mãos dadas

Entrevista coletiva começou com todos os legisladores da oposição de mãos dadas


ANTHONY WALLACE/AFP/JC
Parlamentares de oposição de Hong Kong anunciaram suas renúncias nesta quarta-feira (11) após a demissão de quatro legisladores pró-democracia, em meio ao cerco do governo chinês a dissidentes do território semiautônomo. Autoridades de Hong Kong informaram que os parlamentares eleitos democraticamente foram desqualificados, anunciando a mudança poucos minutos depois que o legislativo da China aprovou uma resolução que autorizava as autoridades locais a destituir políticos dissidentes sem passar pelos tribunais.
Parlamentares de oposição de Hong Kong anunciaram suas renúncias nesta quarta-feira (11) após a demissão de quatro legisladores pró-democracia, em meio ao cerco do governo chinês a dissidentes do território semiautônomo. Autoridades de Hong Kong informaram que os parlamentares eleitos democraticamente foram desqualificados, anunciando a mudança poucos minutos depois que o legislativo da China aprovou uma resolução que autorizava as autoridades locais a destituir políticos dissidentes sem passar pelos tribunais.
Em uma entrevista coletiva que começou com todos os legisladores da oposição de mãos dadas, o presidente do Partido Democrata, Wu Chi-Wai, disse que "cedo ou tarde, todos seríamos desqualificados". Ele confirmou separadamente a intenção dos outros 15 legisladores de renunciar na quinta-feira (12). "Hoje começa um novo jogo sobre como a batalha pela democracia será travada em Hong Kong", afirmou.
As renúncias deixam a legislatura da cidade, em sua maioria pró-Pequim, como efetivamente um carimbo para políticas e leis governamentais. A medida ameaça derrubar décadas da difícil política legislativa de Hong Kong - onde a oposição às vezes atrasou, emendou e até frustrou a legislação governamental.
Wu ressaltou, ainda, que a decisão desta quarta-feira declara a "a morte oficial" do modelo "um país, dois sistemas". O modelo ao qual o parlamentar se refere faz parte do acordo assinado entre China e Reino Unido em 1997, quando os britânicos devolveram Hong Kong ao território chinês. O tratado prevê a autonomia da ex-colônia em relação ao regime central de Pequim.
De acordo com os ativistas pró-democracia e com entidades de defesa de direitos humanos, essa dinâmica vem sendo ameaçada na medida em que Pequim aumenta a repressão sobre os honcongueses. No ano passado, ex-colônia britânica ocupou o noticiário internacional devido aos protestos que levaram multidões às ruas e marcaram a resposta chinesa aos movimentos democráticos na cidade.
Neste ano, as manifestações arrefeceram devido à pandemia de coronavírus e às regras que procuravam impedir aglomerações e tentar evitar a propagação da doença. Contudo, a aprovação de uma nova lei de segurança nacional, em junho, deu novo fôlego às manifestações anti-Pequim. A legislação pune qualquer ato que a China considere subversão, secessão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras.
O regime de Xi Jinping nega qualquer interferência na autonomia do território e diz que a legislação visa restaurar a estabilidade em Hong Kong. A comunidade internacional e diversas instituições de defesa dos direitos humanos, porém, reforçaram seus discursos contra a violação das liberdades individuais e impuseram sanções econômicas e diplomáticas sobre a China.
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