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Internacional

- Publicada em 01 de Julho de 2020 às 17:29

Violência marca entrada em vigor da nova lei de segurança chinesa em Hong Kong

Ao menos 320 pessoas foram presas, nove delas enquadradas na nova legislação

Ao menos 320 pessoas foram presas, nove delas enquadradas na nova legislação


DALE DE LA REY/AFP/JC
Hong Kong virou palco de uma batalha campal, nesta quarta-feira (1º), entre ativistas pró-democracia e policiais no primeiro dia de vigência da nova lei de segurança nacional, imposta por Pequim ao território semiautônomo.
Hong Kong virou palco de uma batalha campal, nesta quarta-feira (1º), entre ativistas pró-democracia e policiais no primeiro dia de vigência da nova lei de segurança nacional, imposta por Pequim ao território semiautônomo.
Como nos mais violentos dias dos protestos do ano passado, que tiraram a economia honconguesa do prumo e jogaram a região em caos político, houve barricadas com fogo, balas de borracha, spray de pimenta, canhões d'água, tijolos jogados, vandalismo de lojas e feridos leves de lado a lado. Ao menos 320 pessoas foram presas, nove delas enquadradas na rigorosa lei, que visa coibir atos considerados de secessão, subversão, terrorismo ou conluio com potências estrangeiras contra a ditadura comunista chinesa.
"É o fim do nosso país como o conhecemos, o fim do 'um país, dois sistemas'", disse por mensagem de aplicativo o deputado oposicionista Kwok Ka-ki, acerca do regime híbrido vigente em Hong Kong, onde há liberdade econômica e política, relativa.
Nesta quarta-feira, tradicionalmente ocorre uma passeata para relembrar o aniversário da devolução da então colônia britânica para a China, após 155 de domínio, em 1997. O tom sempre foi crítico a Pequim, e neste ano o governo local proibiu o evento.
Ainda assim, milhares de pessoas se concentraram em ruas de Causeway Bay, o metro quadrado comercial mais caro do mundo mesmo com a desvalorização que a crise política de 2019 trouxe. Por volta das 13h (2h em Brasília), começaram os protestos. A polícia fez subir uma nova bandeira de advertência, roxa, avisando que cantos e faixas pró-independência seriam puníveis pela nova lei. O estandarte anterior, azul e alertando sobre a ilegalidade do ato, continuou sendo usado.
Não deu certo e houve conflito, que se espalhou pelas ruas de um bairro vizinho, Wan Chai. Grupos fugiam da polícia e se reagrupavam. Mais a leste, 87 jovens foram detidos de uma só vez na área de Tin Hau.
Entre essas primeiras prisões sob a lei de segurança, que em casos extremos prevê prisão perpétua e julgamento por Pequim, está uma garota de 15 anos. Ela carregava um cartaz com um dos slogans clássicos dos protestos: "Independência de Hong Kong, revolução do nosso tempo", em cantonês e inglês.
O conflito coloca os ativistas em uma situação complicada. A lei é tão draconiana que, se a China a levar ao pé da letra, quase todo ativista que foi às ruas desde 2019 é passível de prisão.
Para outro deputado de oposição, Eddie Chu, o Partido Comunista Chinês deverá pegar alguns líderes dos protestos como exemplo, mas tentar manter intacta a estrutura partidária do país -- 22 dos 70 membros do Conselho Legislativo são contrários a Pequim.
Segundo esse raciocínio, a oposição irá se acomodar temendo uma repressão maior, institucional. O grande teste à frente é a eleição para o Conselho, em setembro. No pleito local de novembro passado, oposicionistas venceram em 17 de 18 regiões.
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