A taxa de mortalidade na maior epidemia de ebola já registrada subiu para 70%, segundo informou ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em uma coletiva de imprensa em Genebra, o diretor-geral-assistente, Bruce Aylward, disse ainda que, dentro de dois meses, o número de novos casos pode chegar a dez mil por semana.
O vírus ebola mata até 90% das pessoas contaminadas. Na atual epidemia, a OMS estimava a taxa em 50%. Aylward afirmou que, se a resposta do mundo à crise de ebola não for intensificada no prazo de 60 dias, “muitas mais pessoas vão morrer”, e haverá necessidade de lidar com os números de casos em espiral.
A OMS tem o objetivo de isolar 70% dos casos dentro de dois meses para reverter o surto.
Nas últimas quatro semanas, houve cerca de mil novos casos por semana - incluindo suspeitos, confirmados e prováveis. O número de mortos até o momento chegou à marca de 4.447, dos 8.914 casos registrados. Os países mais afetados são Serra Leoa, Guiné e Libéria. A OMS se preocupa, sobretudo, com a propagação de infectados nas capitais desses países.
O número de casos registrados na África Ocidental vai superar os nove mil nesta semana, e a epidemia ainda se expande geograficamente pelos três países. A OMS ressalta que o número de casos reportados é menor que o número de casos reais. O órgão estima que o número de casos é 1,5 vezes maior na Guiné, duas vezes maior em Serra Leoa e 2,5 vezes maior na Libéria.
“Seria antiético dizer que nós vamos somente isolar as pessoas”, ressaltou. Aylward informou que o foco da OMS está também no tratamento das vítimas e em novas estratégias, como distribuir equipamento de proteção às famílias e criar clínicas básicas.
Ontem, em Leipzig, na Alemanha, morreu o sudanês infectado com ebola, transferido da Libéria na semana passada. O paciente, de 56 anos, era funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU).