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Equador

- Publicada em 01 de Outubro de 2010 às 00:00

Governo equatoriano declara estado de exceção no país


RODRIGO BUENDIA/AFP/JC
Jornal do Comércio
Centenas de membros da Polícia Nacional do Equador realizaram um grande protesto nesta quinta-feira, concentrando-se em quartéis e se recusando a patrulhar as ruas do país. A intenção era mostrar seu descontentaamento com uma lei que afetará os rendimentos da categoria.
Centenas de membros da Polícia Nacional do Equador realizaram um grande protesto nesta quinta-feira, concentrando-se em quartéis e se recusando a patrulhar as ruas do país. A intenção era mostrar seu descontentaamento com uma lei que afetará os rendimentos da categoria.
Na noite de quarta-feira, o Congresso aprovou a lei que restringe bonificações a soldados e militares e aumenta de cinco para sete anos o tempo para as promoções. Por causa disso, os policiais tomaram o aeroporto de Quito e fecharam rodovias e ruas em várias cidades. O governo declarou estado de exceção por cinco dias.
De acordo com a imprensa equatoriana, os protestos nas sedes da polícia em Quito, contra a administração do presidente Rafael Correa, já se espalharam por várias partes do Equador. O jornal El Comercio afirmou que mais de mil policiais protestaram em frente aos quartéis, na parte Norte da capital, marchando e gritando que “Correa está com problemas, pois mexeu com a polícia”.
Correa foi até a sede do regimento em Quito e disse aos manifestantes que não irá recuar nas reformas. “Se vocês querem matar o presidente, podem matá-lo”, desafiou, em discurso diante dos manifestantes. “Este presidente não recuará um único passo”, acrescentou o governante, no poder desde janeiro de 2007.
Com queimas de pneus, bombas de gás lacrimogêneo e golpes, policiais tomaram o Regimento Quito e outros destacamentos policiais em Guayaquil e outras grandes cidades equatorianas, fechando ainda rodovias de acesso a Quito. Os militares ainda tomaram o controle do Aeroporto Mariscal Sucre, na capital.
Segundo o jornal El Universo, os policiais querem um bônus, a garantia dos anos previstos para as promoções, entre outros pontos. Em Guayaquil, vários pontos estão bloqueados pela polícia, entre eles a ponte da Unidade Nacional e a de Portete.
O El Universo informa que o chefe do Estado-Maior, general Florencio Ruiz, falou com o auxílio de um megafone aos manifestantes. Ruiz disse que já conversou com autoridades no Legislativo e no Executivo, expondo as consequências da reforma.

Rafael Correa fala em golpe de Estado

O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que há uma tentativa de golpe em andamento no país. Após declarar estado de exceção, ele disse estar “praticamente sequestrado” em um hospital da capital. Correa foi hospitalizado por causa dos efeitos do gás lacrimogêneo, após tentar se dirigir aos manifestantes em um quartel de Quito.
Falando por telefone, da sala de hospital onde declarou estar recebendo medicação intravenosa para se recuperar, o governante qualificou os distúrbios como “uma tentativa de golpe da oposição”. O presidente afirmou que “a história irá julgá-los”. “Eu convoco a polícia patriótica a se submeter à liderança do presidente”, disse.
Escolas e lojas foram fechadas por causa da falta de proteção policial. Há relatos de saques em algumas das principais cidades equatorianas. Não há registros de violência séria contra o governo, mas Correa chegou a ser atingido por água enquanto falava com um grupo de manifestantes.
Dezenas de partidários do presidente marcharam até o centro de Quito, para demonstrar seu apoio ao presidente. Um país tradicionalmente instável, o Equador vivia em um período de relativa paz e estabilidade desde a posse de Correa, em 2007. Economista com estudos nos Estados Unidos, Correa é de esquerda e próximo ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Lula conversa com Chávez sobre a situação no Equador

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta quinta-feira com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre os distúrbios no Equador. O governante brasileiro ouviu do colega que a situação estaria sob controle.
Lula sugeriu que sejam acionadas União de Nações Sul-Americanas (Unasul) - o que já aconteceu -, o Mercosul e a Organização dos Estados Americanos (OEA), com o objetivo de promover reuniões e discutir a situação de instabilidade no país vizinho. Segundo o Palácio do Planalto, o presidente do Brasil telefonou para Chávez para cumprimentá-lo pela realização de eleições parlamentares na Venezuela.
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