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relações internacionais

- Publicada em 25 de Fevereiro de 2010 às 00:00

Lula evita falar sobre morte de dissidente cubano


Ricardo Stuckert/AFP/JC
Jornal do Comércio
O dissidente cubano Orlando Zapata morreu em um hospital de Havana na terça-feira, quando completou 85 dias de uma greve de fome. A informação foi confirmada ontem por funcionários do setor de saúde. "Ele morreu às13h", disse um porta-voz do Hospital Hermanos Ameijeiras. Zapata, de 42 anos, havia sido levado ao local no fim da segunda-feira, vindo de uma clínica próxima da prisão onde estava, na província de Camagüey.

O dissidente cubano Orlando Zapata morreu em um hospital de Havana na terça-feira, quando completou 85 dias de uma greve de fome. A informação foi confirmada ontem por funcionários do setor de saúde. "Ele morreu às13h", disse um porta-voz do Hospital Hermanos Ameijeiras. Zapata, de 42 anos, havia sido levado ao local no fim da segunda-feira, vindo de uma clínica próxima da prisão onde estava, na província de Camagüey.

Ao lado do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o líder de Cuba, Raúl Castro, lamentou o ocorrido durante visita às obras do porto Mariel. O governante cubano disse que a morte de Zapata "é resultado de uma relação com os Estados Unidos" e lembrou que muitos cubanos foram mortos dessa maneira.

Preso desde 2003, o dissidente era descrito como um "preso de consciência" pela Anistia Internacional. Ele entrou em greve de fome em protesto pelas condições da cadeia, fator apontado como agravante pela piora de sua saúde.

Sobre as denúncias de entidades de direitos humanos, que atribuem responsabilidade ao governo cubano pela morte, Raúl rebateu: "Não existem torturados, não houve torturados, não houve execução. Isso acontece na base de Guantánamo".

Questionado sobre o episódio, Lula evitou fazer qualquer comentário. Ele disse que mais tarde poderia conversar com os jornalistas, mas evitou o assunto.

O assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, informou que o governo não recebeu nenhum pedido de audiência de um representante dos presos políticos. No domingo, 50 detentos, membros de um grupo de 75 pessoas condenadas em 2003, pediram em carta que Lula intercedesse por eles durante sua visita.

Garcia repetiu as palavras do presidente de Cuba, classificando como lamentável o episódio e acrescentando que "há problemas de direitos humanos no mundo inteiro". Ao sinalizar essa disposição de não fazer comentários, o assessor comentou que o governo já teve problemas em viagens do presidente a outros países e, justamente para evitar qualquer tipo de interferência em assuntos internos de cada nação é que o presidente Lula evitou responder à pergunta.

O porta-voz do Departamento do Estado dos EUA, Philip J. Crowley, lamentou em nota a morte de Zapata e enviou condolências à família do dissidente. Além disso, afirmou que o episódio mostra "a injustiça de Cuba manter mais de 200 presos políticos, que deveriam ser agora liberados, sem atraso".

A União Europeia fez o mesmo. A Entidade pede que o governo cubano "melhore efetivamente a situação de direitos humanos no país, libertando incondicionalmente todos os prisioneiros políticos".

Lula visita Fidel e afirma que ele está "excepcionalmente bem"

Depois do encontro com Raúl Castro, o presidente Lula visitou o ex-líder cubano Fidel Castro na residência do longevo líder comunista. De acordo com assessores do governante brasileiro, a visita durou pouco mais de uma hora e ele encontrou Fidel "recuperado" e "excepcionalmente bem".

Segundo relato do presidente Lula a assessores, a situação de Fidel hoje é muito diferente da que o presidente verificou em outubro de 2008, quando o visitou em uma casa de repouso.

Os dois conversaram sobre diversos assuntos. Também estiveram presentes no encontro o presidente Raúl Castro, irmão de Fidel, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social do Brasil, Franklin Martins.

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