A terceira edição da Health Meeting Brasil/Sindihospa, que acontece de 21 a 23 de outubro em Porto Alegre, promete ser um retrato fiel das transformações que atravessam a área da Saúde. Um dos espaços mais aguardados é o Hospital do Amanhã, projeto assinado pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que neste ano apresenta a experiência de um bloco cirúrgico futurista. A proposta é oferecer aos visitantes um mergulho tecnológico pela chamada “jornada do paciente”, do planejamento pré-operatório à recuperação, em um ambiente que combina inovação, ciência e humanização.
“Estamos preparando um estande de cerca de 120 metros quadrados, dividido em três ambientes: sala de planejamento cirúrgico, sala cirúrgica e sala de recuperação. A ideia é que os visitantes vivenciem o fluxo real de uma cirurgia, interagindo com as tecnologias que já fazem parte da prática hospitalar de ponta”, explica Ana Paula Coutinho, diretora administrativa do Clínicas.
A inspiração vem de centros avançados do Brasil e do exterior, mas com a marca do hospital gaúcho, que há décadas se destaca como referência em ensino, pesquisa e assistência. “Nem sempre estudantes e profissionais têm a oportunidade de visitar feiras internacionais. Queremos aproximar esse conhecimento e compartilhar também nossa cultura de qualidade e segurança”, acrescenta Ana Paula.
Robôs, impressão 3D e inteligência artificial
O espaço Hospital do Amanhã será uma vitrine de tecnologias que já começam a moldar o futuro da medicina. O público poderá conhecer um simulador robótico, que reproduz procedimentos realizados com cirurgia robótica - tecnologia na qual o Clínicas foi pioneiro no Rio Grande do Sul. Haverá ainda torre de vídeo com fluorescência, recurso que amplia a precisão em procedimentos minimamente invasivos.
Outro destaque é o planejamento cirúrgico integrado a sistemas de diagnóstico, que permite ao profissional analisar imagens e dados em tempo real para personalizar cada intervenção. A inovação se estende ao uso de impressoras 3D para desenvolver simulações de órteses e próteses adaptadas às necessidades do paciente.
O espaço também abre espaço para as startups, que vão exibir soluções de inteligência artificial aplicadas à triagem e análise de exames. Uma das ferramentas em demonstração é capaz de priorizar resultados conforme a urgência clínica, auxiliando médicos e equipes a direcionarem recursos com mais eficiência.
A jornada do paciente, passo a passo
O estande foi concebido para mostrar não apenas máquinas e equipamentos, mas a experiência completa do paciente em uma cirurgia. A jornada começa no ambiente de planejamento, com identificação de necessidades, customização do procedimento e avaliação pré-anestésica. Em seguida, os visitantes passam para a sala cirúrgica, onde poderão observar como diferentes tecnologias se integram ao ato operatório. Por fim, o percurso se encerra na sala de recuperação, etapa em que entram em cena protocolos de monitoramento, segurança e cuidado humanizado.
“Nosso objetivo é mostrar que a inovação tecnológica não se resume a aparelhos de última geração, mas envolve processos e práticas assistenciais que colocam o paciente no centro”, explica Ana Paula.
Os benefícios dessa revolução tecnológica já são sentidos no dia a dia dos hospitais e tendem a se expandir nos próximos anos. Para os pacientes, o impacto é direto: maior segurança, diagnósticos mais precoces, tratamentos menos invasivos e internações mais curtas.
No caso dos profissionais, a adoção de ferramentas digitais e de automação ajuda a reduzir a sobrecarga de trabalho, otimizar tarefas repetitivas e aprimorar a tomada de decisão clínica. “Isso se reflete também na saúde mental dos trabalhadores, que podem concentrar energia no que realmente importa: a assistência ao paciente”, avalia a diretora.
Mais do que um estande tecnológico, o Hospital do Amanhã será também um espaço de troca de ideias. Durante os três dias de feira, o HCPA organizará talks e fóruns de discussão, com participação de médicos, enfermeiros, pesquisadores e gestores. A intenção é debater tendências, compartilhar práticas assistenciais e refletir sobre como humanização e inovação podem caminhar juntas.
A última edição, em 2024, marcou a estreia do Hospital do Amanhã no Health Meeting, com um estande que simulava uma UTI de última geração. A experiência atraiu milhares de visitantes e foi considerada um dos marcos da feira.
O espaço é novamente desenvolvido em parceria com o escritório Seferin: Arquitetos da Saúde, que assina o layout e agrega experiência no desenho de ambientes hospitalares inovadores. “Nosso desafio foi criar um espaço que impressionasse não apenas pela tecnologia, mas também pela mensagem de que inovação e humanização são indissociáveis”, afirma Ana Paula.
Uma janela para o futuro
O Hospital do Amanhã é, em última instância, um convite para refletir sobre o futuro da medicina. Ao transpor as fronteiras físicas do Clínicas para dentro de uma feira, a instituição mostra-se não apenas como prestadora de serviços de saúde, mas como polo de inovação capaz de influenciar toda a cadeia de valor do setor.
“Queremos que a sociedade perceba o Clínicas como um hospital de referência em inovação, mas, sobretudo, como uma instituição que valoriza a excelência e o cuidado humano. Essa interação com o público nos motiva a seguir pesquisando, testando e compartilhando conhecimento”, conclui Ana Paula.
Se em 2024 o visitante pôde espiar a UTI do futuro, em 2025 será possível entrar na sala cirúrgica do amanhã - onde cada detalhe, da robótica à impressão 3D, aponta para um horizonte em que tecnologia e humanidade se complementam no mesmo ato de cuidar.