Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 25 de Julho de 2025 às 19:35

Veículos autopropelidos preocupam os órgãos de fiscalização

Segundo a EPTC, Porto Alegre registrou 24 casos de sinistros de trânsito envolvendo patinetes no primeiro semestre de 2025

Segundo a EPTC, Porto Alegre registrou 24 casos de sinistros de trânsito envolvendo patinetes no primeiro semestre de 2025

ALEX EDELMAN/AFP/JC
Compartilhe:
Jamil Aiquel
Jamil Aiquel
Transitar pelas ruas de Porto Alegre sem se deparar com algum veículo autopropelido - patinetes, scooters, bicicletas elétricas - é uma tarefa quase impossível. Essa, porém, não é uma realidade exclusiva da Capital gaúcha. Segundo a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), o Brasil importou mais de 260 milhões de dólares em veículos autopropelidos em 2024 - cerca de 28,2 milhões de dólares a mais do que em 2023.O aumento no trânsito de autopropelidos tem chamado a atenção de órgãos públicos, como é o caso da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Segundo dados da empresa pública, a Capital registrou 24 casos de sinistros de trânsito envolvendo patinetes no primeiro semestre de 2025, número que já ultrapassa os 16 registrados nos anos anteriores.Esses números preocupam e, segundo Juranês Castro, Coordenador da Escola Pública de Mobilidade da EPTC, a empresa pública tem tomado diversas atitudes para amenizar o problema, como ações educativas regulares. “Temos vários programas dentro da Escola Pública de Mobilidade. O guarda-chuva maior é o programa permanente de educação para o trânsito, e dentro de cada um dos programas abordamos situações em específico. Então nós temos aí o programa ciclista seguro e, dentro do programa, estamos abordando essa questão dos patinetes”, explica.Em 2023 foi publicado no Diário Oficial da União a resolução nº 996/2023 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que atualizou a classificação de equipamentos de mobilidade individual autopropelidos. Assim, uma série de regras foi estabelecida para garantir a segurança. A resolução foi um marco para quem acompanha a causa. Antes dela, a legislação não havia sido atualizada há mais de 10 anos e já estava defasada. Segundo Luiz Saldanha, diretor-executivo da Aliança Bike, ela representou um "grande avanço".“A resolução foi um grande avanço. Participamos ativamente na construção desse texto que, como é do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), tem esse foco na percepção da circulação, para que o veículo possa circular em vias públicas. Um dos principais avanços é que agora cabe aos municípios regulamentarem em seus próprios territórios”, destacou.
Transitar pelas ruas de Porto Alegre sem se deparar com algum veículo autopropelido - patinetes, scooters, bicicletas elétricas - é uma tarefa quase impossível. Essa, porém, não é uma realidade exclusiva da Capital gaúcha. Segundo a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), o Brasil importou mais de 260 milhões de dólares em veículos autopropelidos em 2024 - cerca de 28,2 milhões de dólares a mais do que em 2023.

O aumento no trânsito de autopropelidos tem chamado a atenção de órgãos públicos, como é o caso da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Segundo dados da empresa pública, a Capital registrou 24 casos de sinistros de trânsito envolvendo patinetes no primeiro semestre de 2025, número que já ultrapassa os 16 registrados nos anos anteriores.

Esses números preocupam e, segundo Juranês Castro, Coordenador da Escola Pública de Mobilidade da EPTC, a empresa pública tem tomado diversas atitudes para amenizar o problema, como ações educativas regulares.

“Temos vários programas dentro da Escola Pública de Mobilidade. O guarda-chuva maior é o programa permanente de educação para o trânsito, e dentro de cada um dos programas abordamos situações em específico. Então nós temos aí o programa ciclista seguro e, dentro do programa, estamos abordando essa questão dos patinetes”, explica.

Em 2023 foi publicado no Diário Oficial da União a resolução nº 996/2023 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que atualizou a classificação de equipamentos de mobilidade individual autopropelidos. Assim, uma série de regras foi estabelecida para garantir a segurança.

A resolução foi um marco para quem acompanha a causa. Antes dela, a legislação não havia sido atualizada há mais de 10 anos e já estava defasada. Segundo Luiz Saldanha, diretor-executivo da Aliança Bike, ela representou um "grande avanço".

“A resolução foi um grande avanço. Participamos ativamente na construção desse texto que, como é do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), tem esse foco na percepção da circulação, para que o veículo possa circular em vias públicas. Um dos principais avanços é que agora cabe aos municípios regulamentarem em seus próprios territórios”, destacou.

Saldanha também ressaltou a importância de fomentar a regulação municipal. Segundo ele, a própria fiscalização de veículos motorizados a combustão já apresenta problemas e essa dificuldade se estende aos autopropelidos.

"A fiscalização, de forma geral, já é difícil na cidade. A própria fiscalização de veículos como carro, moto, até mesmo ônibus, já não vem sendo feita da forma adequada e é a mesma coisa com os autopropelidos", lamentou.

Essa, segundo Castro, é uma das preocupações da EPTC, que busca orientar os usuários para que acidentes e lesões não ocorram. "Dentro do código de trânsito brasileiro, esses equipamentos de mobilidade autopropelidos não têm um registro. Então, por exemplo, se vemos alguém no patinete andando em dupla orientamos a pessoa, falamos dos riscos que é de estar andando em dupla, e muitas vezes percebemos que as pessoas descem um no patinete e o outro continua a pé. Então, sempre na questão de orientação: tentamos trazer para o lado do autocuidado para evitar um sinistro de trânsito, evitar que alguém se machuque", afirmou.

Outro ponto relevante na discussão é a existência das empresas de aluguel de patinetes elétricos. Muito comuns na cidade, esses empreendimentos alugam veículos autopropelidos para pessoas que, às vezes, não têm experiência prévia. Apesar disso, a EPTC garante que esses veículos são devidamente fiscalizados. Segundo eles, o usuário tem que aceitar os termos de uso antes de sua utilização e, caso não respeite as regras, será punido.

“Quando o cidadão não usa o patinete corretamente, um fiscal da empresa que monitora olha qual é que é o prefixo do veículo e avisa a empresa, que consegue fazer a ação preventiva e expulsa a pessoa da plataforma” destacou a EPTC.
• LEIA TAMBÉM: Consultas públicas reavivam debate sobre extração de areia no Guaíba e na hidrovia gaúcha

A afirmação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Whoosh, empresa europeia que atua em Porto Alegre disponibilizando o serviço de aluguel de patinetes. Segundo eles, a parceria com as autoridades locais é essencial para garantir a segurança de seus usuários.

"Trabalhamos continuamente em parceria com as autoridades locais para identificar e tomar as providências cabíveis com usuários que desrespeitam as regras de trânsito e de uso da Whoosh. Esse tipo de comportamento coloca em risco o usuário e as demais pessoas e pode acarretar o bloqueio permanente do usuário da nossa plataforma. Como forma de identificação também desses comportamentos, a empresa também oferece canais diretos para denúncias e suporte”, destacou.

Notícias relacionadas