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Publicada em 10 de Julho de 2025 às 14:47

"As cidades não foram pensadas para esse volume de chuvas", afirma Eduardo Leite

O Conselho do Plano do Rio Grande se reuniu no Palácio Piratini, para apresentar detalhes de ações relacionadas à reconstrução do Estado pós enchente

O Conselho do Plano do Rio Grande se reuniu no Palácio Piratini, para apresentar detalhes de ações relacionadas à reconstrução do Estado pós enchente

JAMIL AIQUEL/ESPECIAL/JC
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Jamil Aiquel
Jamil Aiquel
Na manhã desta quinta-feira (10), o Conselho do Plano do Rio Grande se reuniu no Palácio Piratini para apresentar detalhes de ações relacionadas à dragagem, desassoreamento e batimetria de corpos hídricos, além de realizar um balanço das ações do governo referentes à reconstrução do Estado.O encontro contou com a presença do governador Eduardo Leite, do vice-governador e presidente do Conselho do Plano Rio Grande, Gabriel Souza, além de integrantes do Comitê Científico do Plano Rio Grande. "É muito importante que a sociedade saiba o que estamos fazendo. Para sabermos que temos um rumo", ponderou o governador. Leite iniciou o encontro enfatizando que a reconstrução não será simples, afinal de contas, o Rio Grande do Sul não está lidando com apenas "chuvinhas". "Está muito claro, no mundo inteiro, que estamos enfrentando uma realidade climática diferente. Imagens impressionantes de chuvas intensas que modificam a forma como as cidades e regiões precisam lidar com as condições climáticas. Então, não é qualquer chuvinha. Nós tivemos agora em junho locais do estado que choveu 500 mm. As cidades não foram pensadas para esse volume de chuvas. E elas também não vão ser transformadas apertando um botão”, ponderou
Na manhã desta quinta-feira (10), o Conselho do Plano do Rio Grande se reuniu no Palácio Piratini para apresentar detalhes de ações relacionadas à dragagem, desassoreamento e batimetria de corpos hídricos, além de realizar um balanço das ações do governo referentes à reconstrução do Estado.

O encontro contou com a presença do governador Eduardo Leite, do vice-governador e presidente do Conselho do Plano Rio Grande, Gabriel Souza, além de integrantes do Comitê Científico do Plano Rio Grande.

"É muito importante que a sociedade saiba o que estamos fazendo. Para sabermos que temos um rumo", ponderou o governador.

Leite iniciou o encontro enfatizando que a reconstrução não será simples, afinal de contas, o Rio Grande do Sul não está lidando com apenas "chuvinhas".

"Está muito claro, no mundo inteiro, que estamos enfrentando uma realidade climática diferente. Imagens impressionantes de chuvas intensas que modificam a forma como as cidades e regiões precisam lidar com as condições climáticas. Então, não é qualquer chuvinha. Nós tivemos agora em junho locais do estado que choveu 500 mm. As cidades não foram pensadas para esse volume de chuvas. E elas também não vão ser transformadas apertando um botão”, ponderou
Durante a reunião, foi apresentado um balanço das ações do governo em relação à reconstrução, como apoio financeiro para as famílias em situação de pobreza, a criação do Fundo Plano Rio Grande em conjunto com o governo federal para investimentos de combate a enchentes, a formação de um Comitê Científico com diversos especialistas e outras coisas.

O repasse de recursos para os municípios também foi um assunto bem comentado. Um dos pontos enfatizados pelo governador foi a importância de alocar o dinheiro de maneira inteligente. Segundo ele, os recursos não são infinitos e é necessário garantir que eles sejam empregados corretamente.

"Cada um desses projetos são de dezenas ou centenas de milhões de reais. Você não gasta dinheiro público, que é um dinheiro de toda a população, sem cumprir minimamente uma jornada que assegure um bom emprego nesse recurso. Talvez alguns não querem agilidade, querem uma pressa. Uma pressa que serve a outros interesses”, enfatizou.

Eduardo Leite também destacou um conjunto de 29 projetos de obras rodoviárias de grande escala que o Estado está promovendo no âmbito da reconstrução e da preparação para maior resiliência climática. Segundo o governador, não se tratam de simples reparos, e que muitas rodovias inteiras deverão ser refeitas.

Assoreamento do Guaíba

Além do governador e do vice-governador, estiveram presentes na reunião o professor Joel Goldenfum,
Doutor em hidrologia, Mestre em recursos hídricos e saneamento ambiental e engenheiro civil e Marjorie Kauffmann, secretária de meio ambiente e infraestrutura.

Os especialistas abordaram assuntos como dragagem e assoreamento do Guaíba, esclarecendo conceitos e combatendo algumas desinformações acerca da temática. Segundo o governador, ele sempre se guiou pela ciência e continuará agindo dessa forma.

"O Estado que assumi enfrentou a pandemia e nós chamamos os especialistas de saúde para colaborar no enfrentamento a aquele período difícil da nossa história. Se o problema é fiscal, chama quem entende do fiscal. Se o problema é de saúde, chama quem entende da ciência. Por que na hora de falar de dragagem e desassoreamento, se ouve um vereador, um deputado que não tem informação dessa área? Eu não entendo”, afirmou.

Goldenfum destacou que embora a dragagem possa ser útil em pontos específicos, ela não é uma solução milagrosa para inundações generalizadas. Estudos e batimetrias indicam que o assoreamento não é o principal fator por trás do aumento das cheias recentes, que são atribuídas principalmente a grandes volumes de chuva.
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"A dragagem é uma solução para a cheia do Guaíba? Bom, só depois de fazer a batimetria que a gente vai poder dizer. Talvez em alguns locais a gente tenha que fazer mesmo, mas agora é impossível dizer, nós ainda não sabemos o que está acontecendo", afirmou o especialista.

Por fim, Leite disse que entende a preocupação da sociedade, mas garante que sua gestão está trabalhando para reconstruir o Rio Grande do Sul.

"Entendo a ansiedade das pessoas, mas nós temos um plano coerente, bem estruturado e organizado nessas diversas dimensões da reconstrução do estado, com diagnósticos precisos e tecnologias que estão sendo implementadas", destacou.

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