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Publicada em 28 de Maio de 2025 às 15:42

Currículo das escolas precisa discutir a violência contra a mulher, diz promotora de Justiça

Participam do Tá na Mesa, da esquerda para direita: Sandro Caron, Alessandra da Cunha, Tatiana Bastos e o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa

Participam do Tá na Mesa, da esquerda para direita: Sandro Caron, Alessandra da Cunha, Tatiana Bastos e o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa

TÂNIA MEINERZ/JC
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
"É de extrema importância que o tema da violência contra a mulher seja implementado no currículo das escolas do Rio Grande do Sul. Isso é o começo de uma mudança estrutural sem a qual não vamos conseguir dar contar na área da segurança pública. Precisamos trabalhar esse tema nas instituições de ensino e criar uma cultura diferente daqui para frente". A afirmação foi feita pela promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas (Caocrim) do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Alessandra da Cunha, que nesta quarta-feira (28) participou do Tá na Mesa da Federasul que discutiu o tema "RS Contra o Feminicídio".  "Infelizmente o lugar mais inseguro para uma mulher é a sua própria casa", destaca.
"É de extrema importância que o tema da violência contra a mulher seja implementado no currículo das escolas do Rio Grande do Sul. Isso é o começo de uma mudança estrutural sem a qual não vamos conseguir dar contar na área da segurança pública. Precisamos trabalhar esse tema nas instituições de ensino e criar uma cultura diferente daqui para frente". A afirmação foi feita pela promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas (Caocrim) do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Alessandra da Cunha, que nesta quarta-feira (28) participou do Tá na Mesa da Federasul que discutiu o tema "RS Contra o Feminicídio".  "Infelizmente o lugar mais inseguro para uma mulher é a sua própria casa", destaca.
Para Alessandra da Cunha, a violência contra a mulher é uma grave violação dos direitos humanos, que persiste de forma alarmante em todo o País e no Rio Grande do Sul - inclusive no interior do Estado. "Precisamos ampliar e fortalecer as redes de enfrentamento à violência contra a mulher, especialmente nas áreas mais afastadas do território gaúcho", ressalta.  
A delegada da Polícia Civil, Tatiana Bastos, diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis, disse que a base dos crimes de violência doméstica, familiar e afetiva estão relacionadas ao machismo. Mais de 90% dos casos de feminicídio íntimos ocorrem dentro de um contexto familiar. "Temos uma violência estrutural que tem como base o machismo, o sexismo e um padrão de comportamento típico de um sistema que chamamos de "patriarcal antigo", comenta.
De acordo com Tatiana Bastos, os agressores de mulheres se sentem legitimados. A delegada destaca que os casos de feminicídio consumados no Estado ocorreram com uso de arma branca (50%), arma de fogo (26,67%) e outros tipos de agressão (23,33%). A maioria dos agressores (50%) tinha antecedentes policiais por violência contra mulheres. Em 90% dos casos de agressão, o autor foi o companheiro ou ex-companheiro da vítima.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, o crime mais difícil de combater é aquele que acontece dentro dos lares - seja a violência doméstica, contra crianças ou idosos. "A única forma de impedir o crime de feminicídio é as autoridades da segurança pública ficarem sabendo antes. Infelizmente, nos dez casos de abril, não havia uma situação de ocorrência em relação aos parceiros (agressores)", acrescenta. Caron destaca que a maior dificuldade do trabalho policial é a subnotificação de violência doméstica. O secretário da Segurança Pública diz que é necessário uma rede de apoio muito afinada - não só na área da saúde, mas também na família e amigos. "Existe um ditado: em briga de marido e mulher não se mete a colher. Essa frase não pode existir mais e toda a agressão contra a mulher tem que ser levada ao conhecimento da polícia", destaca. 
Tatiana Bastos, delegada de Polícia, destaca que os casos de feminicídio consumados no Estado ocorreram com uso de arma branca  | TÂNIA MEINERZ/JC
Tatiana Bastos, delegada de Polícia, destaca que os casos de feminicídio consumados no Estado ocorreram com uso de arma branca TÂNIA MEINERZ/JC

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