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Publicada em 22 de Maio de 2025 às 20:59

Plataforma online para medidas protetivas completa um mês com quase mil pedidos no RS

Do total de solicitações, 756 foram deferidas pelas autoridades

Do total de solicitações, 756 foram deferidas pelas autoridades

LUIZA PRADO/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
Prestes a completar um mês de operação, a nova funcionalidade da Delegacia Online (DOL), que permite a solicitação de medidas protetivas pela internet, já recebeu 938 pedidos no Rio Grande do Sul. A ferramenta, criada em caráter emergencial após um feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes marcado por dez feminicídios no Estado, entrou no ar no dia 24 de abril e integra a plataforma DOL Mulher.
Prestes a completar um mês de operação, a nova funcionalidade da Delegacia Online (DOL), que permite a solicitação de medidas protetivas pela internet, já recebeu 938 pedidos no Rio Grande do Sul. A ferramenta, criada em caráter emergencial após um feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes marcado por dez feminicídios no Estado, entrou no ar no dia 24 de abril e integra a plataforma DOL Mulher.
A proposta é facilitar o acesso à proteção para vítimas de violência doméstica, especialmente aquelas que enfrentam medo, vergonha ou dificuldades para se deslocar até uma delegacia. Desde a implementação, 756 das solicitações já foram deferidas. Em alguns casos, a resposta veio em menos de quatro horas, segundo a Polícia Civil.
Para a diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV), delegada Tatiana Bastos, a iniciativa amplia o alcance da rede de apoio. “É uma ótima alternativa, com agilidade, sem precisar ir até uma delegacia, o que é importante principalmente nos municípios onde não há atendimento especializado”, afirma.
Ao preencher o pedido online, a vítima pode relatar os fatos, anexar documentos, áudios ou outros materiais, além de preencher o Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar). O sistema classifica automaticamente os casos de violência contra a mulher como prioridade máxima, fazendo com que sejam processados com mais rapidez. Após a triagem, o pedido é direcionado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), que dá sequência ao processo junto ao Judiciário.
Embora a medida protetiva possa ser solicitada digitalmente mesmo em casos de lesão corporal, Tatiana Bastos faz um alerta: é importante procurar uma delegacia física nesses casos para garantir a realização do exame de corpo de delito. “Se a vítima narrar uma lesão, mas não for até a delegacia, pode acabar perdendo a materialidade quando os vestígios desaparecem”, alerta.
A funcionalidade é, portanto, especialmente útil em casos de violência psicológica, moral, ameaças, perseguições e outros abusos que não deixam marcas visíveis. Segundo a Polícia Civil, situações em que a mulher sofre ameaças, mas ainda não foi agredida fisicamente, podem ser tratadas integralmente pela via digital.
Em 2025, o Rio Grande do Sul já registra 28 feminicídios — 93% das vítimas estavam sem qualquer medida protetiva. A subnotificação segue sendo um dos principais entraves no combate à violência doméstica no Estado.

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