Faleceu no dia 2 de janeiro o botânico, naturalista e professor emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Luís Rios de Moura Baptista, aos 88 anos. As causas da morte não foram divulgadas. Baptista foi um dos maiores conservacionistas do Rio Grande do Sul e, junto a José Lutzenberger, teve feitos importantes, como a criação do antigo Parque Estadual de Itapeva, em Torres, na década de 1980.
A morte do naturalista foi confirmada nas redes sociais do Instituto Curicaca. "Agradecemos pelos aprendizados e momentos de convívio, pelas lutas ambientais que travamos juntos, especialmente pelas diversas Unidades de Conservação que ajudastes a criar e a manter, pela Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, onde fostes um dos pilares, e pela Reserva Particular de Proteção da Natureza, que leva teu nome e nos foi doada por ti no ano passado para cuidarmos desse teu eterno pedacinho na Terra", escreveu o instituto.
Alexander Krob, coordenador técnico e de políticas públicas do Instituto Curicaca, compara o professor a um Curupira, personagem do folclore brasileiro. "Muitas vezes eu o vi saindo silenciosa e mimeticamente da floresta enquanto estávamos juntos em campo. Usando sua roupa simples de professor-pesquisador", definiu. Além disso, ele acrescenta que o cuidado com a floresta é um grande mérito de Baptista. "Ajudou a criar uma grande parte das unidades de conservação do Rio Grande do Sul e dedicou uma vida inteira a ajudar a cuidá-las, fazendo parte dos conselhos das unidades de conservação, ajudando os gestores, direcionando jovens pesquisadores para as áreas a fim de realizar seus mestrados, doutorados e trabalhos de conclusão de curso."
O professor investiu recursos próprios na aquisição de terras para conservar. "Eu não conheci ninguém aqui no Rio Grande do Sul que tenha tido tal comportamento", disse. Ele comprou áreas para conservar os butiazais onde hoje é o Parque Estadual de Itapeva, comprou áreas no sul para proteger remanescentes isolados de palmeira-juçara e comprou continuamente áreas em Dom Pedro de Alcântara para preservar os últimos remanescentes de Mata Atlântica de terras baixas, onde hoje o Instituto Curicaca tem a reserva particular que foi doada por ele.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul também divulgou uma nota de pesar: "Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do Professor Emérito Luís Rios de Moura Baptista. Sua trajetória foi marcada por inestimáveis contribuições acadêmicas e dedicação ao ensino e à pesquisa, inspirando gerações de estudantes e colegas", escreveu a instituição.
Segundo Krob, Baptista era um "ambientalista mais silencioso", que atuava muito nos bastidores, dando suporte técnico para aqueles que estavam mais no front. "Acredito que seja o último de uma geração que defendeu a natureza junto com Lutzenberger, Carneiro, Magda Renner, Giselda", concluiu.
A morte do naturalista foi confirmada nas redes sociais do Instituto Curicaca. "Agradecemos pelos aprendizados e momentos de convívio, pelas lutas ambientais que travamos juntos, especialmente pelas diversas Unidades de Conservação que ajudastes a criar e a manter, pela Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, onde fostes um dos pilares, e pela Reserva Particular de Proteção da Natureza, que leva teu nome e nos foi doada por ti no ano passado para cuidarmos desse teu eterno pedacinho na Terra", escreveu o instituto.
Alexander Krob, coordenador técnico e de políticas públicas do Instituto Curicaca, compara o professor a um Curupira, personagem do folclore brasileiro. "Muitas vezes eu o vi saindo silenciosa e mimeticamente da floresta enquanto estávamos juntos em campo. Usando sua roupa simples de professor-pesquisador", definiu. Além disso, ele acrescenta que o cuidado com a floresta é um grande mérito de Baptista. "Ajudou a criar uma grande parte das unidades de conservação do Rio Grande do Sul e dedicou uma vida inteira a ajudar a cuidá-las, fazendo parte dos conselhos das unidades de conservação, ajudando os gestores, direcionando jovens pesquisadores para as áreas a fim de realizar seus mestrados, doutorados e trabalhos de conclusão de curso."
O professor investiu recursos próprios na aquisição de terras para conservar. "Eu não conheci ninguém aqui no Rio Grande do Sul que tenha tido tal comportamento", disse. Ele comprou áreas para conservar os butiazais onde hoje é o Parque Estadual de Itapeva, comprou áreas no sul para proteger remanescentes isolados de palmeira-juçara e comprou continuamente áreas em Dom Pedro de Alcântara para preservar os últimos remanescentes de Mata Atlântica de terras baixas, onde hoje o Instituto Curicaca tem a reserva particular que foi doada por ele.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul também divulgou uma nota de pesar: "Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do Professor Emérito Luís Rios de Moura Baptista. Sua trajetória foi marcada por inestimáveis contribuições acadêmicas e dedicação ao ensino e à pesquisa, inspirando gerações de estudantes e colegas", escreveu a instituição.
Segundo Krob, Baptista era um "ambientalista mais silencioso", que atuava muito nos bastidores, dando suporte técnico para aqueles que estavam mais no front. "Acredito que seja o último de uma geração que defendeu a natureza junto com Lutzenberger, Carneiro, Magda Renner, Giselda", concluiu.
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Trajetória
Luís Rios de Moura Baptista fez graduação em História Natural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul na década de 1950. Em 1975, fez Doutorado e Livre-Docência em Botânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi professor colaborador convidado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lecionando no Programa de Pós-Graduação em Botânica. Tem experiência em Taxonomia Vegetal e Ecologia Vegetal, principalmente nos seguintes temas: Mata Atlântica, flora e vegetação do Rio Grande do Sul, fitossociologia e dispersão.
O pesquisador também foi um dos membros da Comissão Verde, criada pelo governo do Rio Grande do Sul com a finalidade de propor a criação de unidades de conservação no Estado. Contribuiu para a criação das principais unidades de conservação da década de 1970. Foi um dos idealizadores da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, na qual atuou por muitos anos, primeiro representando a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e depois o Instituto Curicaca.
Junto com José Lutzenberger, foi um dos proponentes da criação do Parque Estadual de Itapeva, na década de 1980, que era uma área bem maior do que a atual e incluía o Parque da Guarita. Esse parque foi desfeito e, no lugar dele, mais tarde, em 2002, foi criado o Parque Estadual da Guarita, que está lá agora, mas com uma área menor.
O velório aconteceu na sexta-feira (3) no Cemitério São Miguel e Almas.
Junto com José Lutzenberger, foi um dos proponentes da criação do Parque Estadual de Itapeva, na década de 1980, que era uma área bem maior do que a atual e incluía o Parque da Guarita. Esse parque foi desfeito e, no lugar dele, mais tarde, em 2002, foi criado o Parque Estadual da Guarita, que está lá agora, mas com uma área menor.
O velório aconteceu na sexta-feira (3) no Cemitério São Miguel e Almas.