Os países membros da União Europeia (UE) são obrigados a implementar ações para melhorar a gestão de risco caso ocorram catástrofes climáticas como enchentes. Na Alemanha, são emitidos diversos alertas e é muito importante a elaboração de um plano de evacuação. Neste sentido, a comunicação com a população é fundamental. A análise foi feita pelo professor Markus Noack, da Faculdade de Arquitetura e Engenharia Civil da Hochschule Karlsruhe University of Applied Sciences, na Alemanha. Nesta quinta-feira (28), Noack participou da reunião-almoço da Câmara Brasil Alemanha no Rio Grande do Sul realizada no Hotel Hilton, em Porto Alegre, onde abordou o tema "Como lidar com o riscos de enchente: Visão e realidade no contexto de gerenciamento de riscos de cheias".
Noack disse que na Europa é trabalhado o conceito de gestão em que determinadas medidas de segurança e evacuação da população podem ser tomadas durante a enchente para afastar o perigo. Na palestra, o professor disse que a Alemanha viveu em 2021 algo semelhante a tragédia climática que aconteceu no Rio Grande do Sul. "Tivemos mais de 100 mortos e um prejuízo para a economia de € 15 bilhões", destaca. "É fundamental entender porque as enchentes acontecem para que possamos fazer ajustes para prevenir novos acontecimentos no futuro", comenta.
Noack realizou um passeio por Porto Alegre e passou pelos principais locais atingidos pelas enchentes de maio. O professor afirmou que os governos federal, estadual e municipal deveriam adotar medidas para recuperação do Estado. No caso de Porto Alegre, o professor defendeu a substituição das comportas do Cais Mauá que estragaram durante a enchente e a recuperação do sistema das casas de bomba. "Os governos precisam pegar essas experiências que ocorreram em maio no Rio Grande do Sul e incluir num novo conceito de como lidar com enchentes", destaca.
O vice-presidente da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, Luís Batistela, disse que o tema das enchentes jamais pode ser esquecido. "Agora, precisamos saber quais os próximos passos, ações e quais as cobranças que devem ser feitas junto aos governos para que a tragédia não se repita ou que pelo menos se consiga minimizar os impactos causados pelas questões climáticas", destaca. A cônsul da Alemanha no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Martina Wolf-Megar Bastidas, disse que pode testemunhar as consequências causadas pelas enchentes de maio no Estado. "Estou certa que existem medidas de prevenção contra os desastres climáticos que causaram tanta dor e prejuízos econômicos", acrescenta.
Markus Noack é professor de Engenharia Hidráulica e Gestão de Águas na Hochschule Karlsruhe desde 2019. Com vasta experiência em pesquisa e desenvolvimento de projetos, ele atuou na Universidade de Stuttgart e na Agência Federal de Hidrologia da Alemanha. Doutor em modelagem de sistemas hídricos, é especialista em hidromecânica, renaturação de rios e ecologia de cursos d’água. Noack é responsável estudos sobre morfologia fluvial e transporte de sedimentos, além de ensinar técnicas avançadas em engenharia hidráulica.
Markus Noack é professor de Engenharia Hidráulica e Gestão de Águas na Hochschule Karlsruhe desde 2019. Com vasta experiência em pesquisa e desenvolvimento de projetos, ele atuou na Universidade de Stuttgart e na Agência Federal de Hidrologia da Alemanha. Doutor em modelagem de sistemas hídricos, é especialista em hidromecânica, renaturação de rios e ecologia de cursos d’água. Noack é responsável estudos sobre morfologia fluvial e transporte de sedimentos, além de ensinar técnicas avançadas em engenharia hidráulica.
O Rio Grande do Sul registrou 182 mortes em razão das enchentes de maio de 2024. A tragédia climática atingiu 478 municípios gaúchos. A população afetada pelas chuvas fortes que atingiram o Estado foi de mais de 2 milhões de pessoas. Canoas foi o município gaúcho que registrou o maior número de óbitos seguido por Roca Sales, Cruzeiro do Sul, Bento Gonçalves e São Leopoldo.