Com objetivo de trazer as crianças em atendimentos de alta complexidade para a realidade de forma lúdica, o projeto Laboratório Encantado, da empresa Mina Cultural, de São Paulo, acontece em Porto Alegre até esta sexta-feira (22). Realizado no Hospital da Criança Santo Antônio, a iniciativa atendeu cerca de 300 crianças ao longo desta semana.
A programação tem a ciência como fio condutor em todas as atividades, que vão desde peças teatrais a oficinas. O espetáculo apresenta a história de duas “crianças que estão no intervalo da escola e entram em um laboratório e viram cientistas”, conta a diretora de produção, Maysa Lepique. De acordo com ela, “é um convite para as crianças que estão assistindo virarem cientistas, mostrando que o estudo também pode ser uma fonte de brincadeira”.
O teatro conta com os atores Luizinho Beltrame (Xu), Rafael Francisco e Thaís Moraes da Companhia Pia Fraus, reconhecida por prêmios nacionais e internacionais. Para atender crianças em estado clínico delicado, a peça pode ocorrer em formatos diferentes. Durante a semana, o projeto circulou tanto por salas direcionadas para atividade quanto em leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Peça pode ocorrer em diferentes formatos respeitando os tratamentos
Fabrine Bartz/Especial/JC
Com apenas 10 anos, a pequena Alexia Alana Fontoura Guedes já se considera “vip”. Na tarde desta quinta-feira (21), ela assistiu a peça pela quarta vez. “É muito importante para as crianças conseguirem seguir o tratamento. Gosto muito de falar e de ganhar os presentes no final”, afirma Alana.
A pequena se refere ao Kit Ciência. O projeto deixa para cada criança uma mochila com o livro “Laboratório Encantado”, produzido para a ação pela editora Evoluir, além de materiais para realização de atividades e aprendizados das oficinas. “É uma iniciativa espetacular, traz o lúdico e tira o foco da doença. O hospital sempre tem atividades e quando eles podem interagir é ainda melhor”, considera a mãe de Alana, Cristiane Silveira Guedes.
Com apenas 10 anos, Alexia Alana Fontoura Guedes já se considera "vip" da peça
Fabrine Bartz/Especial/JC
Desde o começo do tratamento, ainda aos dois anos de idade, Alana foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto foi criado em 2018 justamente para hospitais públicos ou com atendimento pelo SUS. Porto Alegre é o último destino da equipe neste ano e conta com patrocínio da Air Liquide.
A ação já percorreu Salvador, São Paulo, João Pessoa e Manaus.
Esta é a segunda edição do projeto desenvolvido por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Em 2023, a peça chegou a 2 mil crianças hospitalizadas em diferentes cidades. O Hospital da Criança Santo Antônio, que atende 150 pacientes atualmente, conta com atividades lúdicas ao longo do ano.
“Para nós, faz toda diferença recebermos ações como esta. Durante o ano, são realizadas atividades voltadas à Semana Farroupilha, mês das crianças e Natal, mas receber essas ações externas motiva demais. Alguns estavam sem comer, assistiram a peça e voltaram a ficar motivados”, explica a supervisora da assistência lúdica, Melissa Assmann Saraiva, do Hospital Santo Antônio.