O publicitário Washington Olivetto, 73 anos, morreu neste domingo (13) no Rio de Janeiro. O publicitário ficou quase cinco meses internado no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, por complicações pulmonares. Olivetto, que morreu de falência múltipla de órgãos, era um dos publicitários mais premiados de todos os tempos. Conquistou mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, apenas na categoria filmes, e é o único latino-americano a ganhar um Clio em 2001. Olivetto passou seu aniversário de 73 anos, no dia 29 de setembro, internado, e já num quadro grave de saúde. Descendente de italianos, Olivetto nasceu em setembro de 1951 em São Paulo, onde foi criado pela mãe, uma dona de casa, e o pai, vendedor de tintas.
Aos 17 anos, entrou para o curso de publicidade da Fundação Armando Alvares Penteado. No ano seguinte, iniciou sua trajetória profissional como redator de uma agência publicitária. Ainda em seu primeiro ano de atuação no mercado, conquistou um dos prêmios mais importantes para os profissionais da área, o Leão de Bronze do Festival de Publicidade de Cannes. No final da década de 70, já experiente no ramo da publicidade, criou o "Garoto Bombril", personagem clássico da propaganda brasileira e um de seus maiores feitos. Mais tarde, em 1987, ele lançou outra campanha premiada, que se tornou marca da publicidade da época: a do Primeiro Sutiã, para a Valisère, em que uma adolescente comprava sua primeira peça íntima e que tinha como mote "O primeiro sutiã a gente não esquece".
Durante a carreira de sucesso, recebeu diversas estatuetas e homenagens, que foram desde títulos em universidades a menções em músicas de Jorge Ben Jor - “Alô, Alô W/Brasil”, diz o trecho em referência à empresa de Olivetto. Em sua trajetória, também se descobriu autor, escrevendo oito obras sobre a própria carreira e peças publicitárias que havia criado. Em 2017, se mudou para Londres, no Reino Unido, mas vinha ao Brasil com certa frequência para participar de palestras.
Em 2001, Washington Olivetto foi sequestrado, perto de sua casa, em Higienópolis, na região central de São Paulo, por um grupo de chilenos e argentinos, que planejaram a ação ao longo de 10 meses. Somente após 53 dias, Olivetto deixou o cativeiro.
Folhapress