Considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um “alimento de ouro” para os bebês, o leite materno recebe atenção especial neste mês com a campanha Agosto Dourado. A iniciativa busca conscientizar sobre a importância da amamentação e esclarecer alguns mitos relacionados ao tema.
“É sabido de todos que o leite materno é o melhor alimento para o bebê. Até os seis meses de idade é recomendado pela Organização Mundial da Saúde o aleitamento materno exclusivo. A partir daí, juntamente com outros alimentos, se mantém a amamentação até dois anos ou mais”, explica a nutricionista Luciane Andrades, que atua na Maternidade Mario Totta da Santa Casa de Porto Alegre.
Os bebês que recebem leite materno têm uma quantidade de anticorpos significativa, que pode aumentar a proteção e reduzir a ação de vírus como o da bronquiolite, incidência de asma e de bronquite. Além disso, diminuem as chances de o bebê desenvolver doenças como diabetes e obesidade.
As crianças amamentadas não precisam de complemento quando estão se desenvolvendo bem com acompanhamento da pediatra ou de nutricionista. “Se o bebê estiver se desenvolvendo bem, ganhando peso adequadamente, não precisa de suplemento de água e nem de chá”, destaca Luciane.
Nem sempre a amamentação é algo simples para as mães devido ao surgimento de complicações. Enchimento excessivo das mamas, dores nos seios, mamilos doloridos e rachados e até a mastite, que é a infecção nos seios, prejudicam a amamentação. Em termos psicológicos, a ansiedade e a insegurança sobre a capacidade de amamentar são fatores que podem atrapalhar e até impedir o ato.
“A dica que eu dou para as mulheres que querem amamentar, ou estão nesse processo tão desafiador, é a informação. Quanto mais informação elas tiverem sobre amamentação, sobre os recursos que podem auxiliar elas e facilitar esse processo, vai ajudar bastante a tornar a amamentação mais fácil”, aconselha a nutricionista.
O Ministério da Saúde desenvolve a iniciativa Rede de Bancos de Leite Humano que faz a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Nestes locais são desenvolvidas ações de coleta, processamento e distribuição de leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso que não podem ser alimentados pelas próprias mães.
O Rio Grande do Sul conta com diversos bancos de leite humano distribuídos em diferentes cidades. Em Porto Alegre, o Banco de Leite da Maternidade Mário Totta da Santa Casa é considerado um centro de referência no Estado.
O local está aberto à comunidade para apoiar as mães e passar informações, auxiliar as mulheres que estão com dificuldade na amamentação e também receber doações. Para doar leite materno, a mulher precisa estar amamentando o bebê e a criança deve estar se desenvolvendo bem.
Luciane orienta as mães que tiverem excesso de leite e desejarem doar a entrarem em contato com o Banco de Leite da Santa Casa para se informar como posso proceder. A instituição buscará o leite na residência da doadora. Para quem desejar ir até o Banco de Leite, o horário de funcionamento é das 7h até 19h30min durante toda a semana, inclusive domingos e feriados, sem fechar ao meio-dia. O Banco de Leite da Santa Casa fica na Rua Professor Annes Dias nº 295 e o telefone/Whatsapp é o (51) 3214-8284.
Confira algumas verdades e mitos sobre a amamentação
Verdade
- Amamentar imediatamente após o parto é saudável e pode reduzir consideravelmente os riscos de mortalidade neonatal, além de contribuir para a recuperação da mulher.
- Bebidas ácidas (suco de laranja ou de limão, por exemplo) não talham o leite.
- Ingestão de café, chá preto e refrigerante em grande quantidade podem provocar cólicas no bebê.
- A mãe deve tomar bastante água.
- Quem tem anemia pode amamentar mas deve procurar tratamento médico.
- A amamentação ajuda a mulher a emagrecer após o parto pois ajuda o útero a recuperar o tamanho normal.
- O leite materno pode ser armazenado na geladeira por até 12 horas e congelado no freezer pode até 15 dias.
Mito
- Não existe leite fraco.
- Bebê prematuro ou com baixo peso (menos de 2 quilos e meio) não deve mamar no peito.
- Seios pequenos produzem pouco leite.
- Amamentar deixa os seios caídos.
- Beber cerveja preta, canjica, água inglesa e outros alimentos aumenta a produção de leite.
- É necessário passar hidratantes ou pomadas medicinais para proteger o bico do peito.
Fonte: Ministério da Saúde