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Publicada em 10 de Junho de 2024 às 13:10

MTST ocupa antigo prédio do INSS no Centro de Porto Alegre

A ocupação Maria da Conceição Tavares reivindica moradia digna aos afetados pela enchente

A ocupação Maria da Conceição Tavares reivindica moradia digna aos afetados pela enchente

TÂNIA MEINERZ/JC
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Arthur Reckziegel
Arthur Reckziegel Repórter
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupou, no último sábado (8), o antigo prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que fica na avenida Borges de Medeiros, nº 530, no Centro Histórico de Porto Alegre. O grupo, que reivindica moradia digna para as pessoas desabrigadas por conta das enchentes, foi intitulado Maria da Conceição Tavares, em homenagem à economista falecida no dia da ocupação. Na manhã desta segunda-feira (10), era possível ver pessoas nas janelas e uma faixa estendida no edifício com o dizer: "só moradia digna para as famílias desabrigadas já".
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupou, no último sábado (8), o antigo prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que fica na avenida Borges de Medeiros, nº 530, no Centro Histórico de Porto Alegre. O grupo, que reivindica moradia digna para as pessoas desabrigadas por conta das enchentes, foi intitulado Maria da Conceição Tavares, em homenagem à economista falecida no dia da ocupação. Na manhã desta segunda-feira (10), era possível ver pessoas nas janelas e uma faixa estendida no edifício com o dizer: "só moradia digna para as famílias desabrigadas já".
Em nota, o MTST usa o último boletim da Defesa Civil do Estado, que  aponta que 2.392.686 foram impactadas pelas enchentes em todo o Rio Grande do Sul, destas 572.781 estão desalojadas e 30.442 estão em abrigos, para ressaltar a importância da temática. 
A coordenadora nacional do MTST, Cláudia Ávila, aponta que dentro do prédio estão famílias que perderam tudo nas enchentes. "São moradores da zona central de Porto Alegre em sua grande maioria, que já moram aqui há 50 anos. Estas pessoas precisam ter moradia digna e o MTST não busca moradia que não seja digna", enfatiza Cláudia. 
Presente no local, o deputado estadual Matheus Gomes fez uma avalição da importância da ocupação. "É uma situação muito delicada, centenas de milhares de pessoas ficaram sem moradia. É essencial que os movimentos sociais consigam pautar a reconstrução do Estado, através da utilização dos imóveis vazios", afirma o parlamentar. 
Segundo ele, são mais de 600 mil imóveis desocupados no Rio Grande do Sul. "Essa é uma das situações mais revoltantes hoje em dia no Estado. O governo tem que olhar com sensibilidade para essa demanda que está sendo apresentada".
Gomes ainda aproveitou para opinar sobre as cidades provisórias que estão sendo construídas para receber os desabrigados. "Esses espaços não são uma boa alternativa. Por exemplo, o Porto Seco possui uma péssima infraestrutura e, talvez, colocaria as pessoas em uma condição até pior da qual elas estavam antes", avalia. 
O INSS informou que realizará hoje, às 14h, uma reunião para tratar do prédio. O encontro será entre a coordenação representativa do MTST e a equipe diretiva da Superintendência Regional-Sul do órgão. A estrutura, segundo o INSS, já estava desocupada e teve a parte térrea totalmente alagada.
Em nota, foi informado que as negociações ocorrem pacificamente. O encontro para demais tratativas ocorrerá na sede de gerência-executiva do INSS em Porto Alegre (rua Jerônimo Coelho, 127). Segundo a autarquia, atualmente abriga arquivos, móveis e utensílios. 

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