A Defensoria Publica do Rio Grande do Sul irá propor à Brigada Militar um curso de capacitação em relações raciais. A medida decorre da abordagem feita no final de semana pelos policiais do 9º Batalhão da Brigada Militar que resultou na detenção do motoboy negro Everton Henrique Goandete da Silva, 40 anos, que foi atacado à faca por um homem branco e sem camisa no bairro Rio Branco. A ação dos policiais militares foi criticada e considerada racista pelo Sindicato dos Motociclistas Profissionais (Sindimoto), que realizou um ato no domingo (18) contra o racismo, e pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Almeida. O ministro afirmou que o caso no bairro Rio Branco pode dar base para campanha nacional contra o racismo.
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A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, por meio do Núcleo de Defesa da Igualdade Étnico-Racial (Nudier) e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, está apurando o caso. A instituição já expediu ofício solicitando informações sobre a abordagem feita pela Brigada Militar. Além disso, os defensores irão se reunir com o o motoboy nesta segunda-feira (19).
A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, por meio do Núcleo de Defesa da Igualdade Étnico-Racial (Nudier) e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, está apurando o caso. A instituição já expediu ofício solicitando informações sobre a abordagem feita pela Brigada Militar. Além disso, os defensores irão se reunir com o o motoboy nesta segunda-feira (19).
O ministro Silvio Almeida criticou a Brigada Militar, que foi acionada pelo motoboy negro - após ele ser vítima de tentativa de homicídio por parte do homem branco. Na rede social X, o ministro afirmou que se trata de uma faceta do racismo institucionalizado ainda presente no País. "O caso do trabalhador negro, no Rio Grande do Sul, que tendo sido vítima de agressão acabou sendo tratado como criminoso pelos policiais que atenderam a ocorrência, demostra, mais uma vez, a forma como o racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes", comentou.
Em 2023, pesquisa do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) mostrou que nove em cada 10 brasileiros (96%) identificam as pessoas pretas como as que mais sofrem racismo no Brasil. Em segundo e terceiro lugares, foram citados os indígenas e os imigrantes africanos, respectivamente, com 57% e 38%. Ao todo, 88% dos entrevistados pelo levantamento, elaborado sob encomenda do Instituto de Referência Negra Peregum e pelo Projeto Seta (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), afirmaram concordar que essa parcela da população é mais criminalizada do que os brancos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que, por determinação do governador Eduardo Leite, a Corregedoria da Brigada Militar abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias da abordagem dos policiais do 9° Batalhão da Brigada Militar em ocorrência no bairro Rio Branco, em Porto Alegre.
Os dois homens foram conduzidos à 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. Após realizarem depoimentos e perícias, ambos foram liberados. A Polícia Civil registrou dois boletins de ocorrência - um por lesão corporal e outro por abuso de autoridade - e investigará os casos por meio de novos depoimentos de testemunhas e análise das imagens. O governo do Rio Grande do Sul se compromete a dedicar ao caso uma apuração célere e rigorosa.