Hospital Vila Nova inaugura ambulatório para crianças com câncer

O Hospital Vila Nova inaugurou nesta sexta-feira (08) o Ambulatório Oncológico Manu, que oferecerá atendimento a crianças com câncer. A iniciativa foi viabilizada a partir da Lei 15.503/2020, que instituiu no Rio Grande do Sul a Política de Atenção Oncológica Pediátrica. Foram destinados mais de R$ 5 milhões para todo o Complexo Vila Nova, localizado na Zona Sul de Porto Alegre.

Criada pelo deputado Tenente-coronel Zucco (Republicanos) durante sua passagem pela Assembleia Legislativa, a legislação foi inspirada na menina Emanuele Mader dos Santos. Manu, como era chamada, faleceu a cerca de quatro anos e meio em função do diagnóstico tardio da doença. “Estamos inaugurando uma ala para tratar dessa doença que mais mata as crianças, mas também muitos adultos, para trabalhar não só a questão do diagnóstico precoce como o tratamento efetivo”, destaca Zucco, que conheceu a menina quando ela estava internada em um hospital.

O ambulatório é mais um local de atendimento aos pacientes do SUS não só de Porto Alegre como de outros 12 municípios, contribuindo para reduzir a espera de quem precisa de tratamento. “Em casos de leucemia, quando atinge um adulto é possível recuperar, mas em crianças, se não há o diagnóstico precoce, o câncer e principalmente a leucemia é galopante”, destaca o diretor-presidente da Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), Dirceu Dal Molin.

Segundo o médico, o aporte possibilitará realizar três mil consultas de oncologia por ano, seis mil tratamentos de quimioterapia, 900 cirurgias e centenas de exames. O hospital recebeu novos aparelhos para realização de tomografias e ecografias, que possibilitarão a realização de exames não só para a oncologia mas para toda a rede.

O Ambulatório de Oncologia passa a receber pacientes a partir da segunda-feira (11) e tem apoio da prefeitura de Porto Alegre, do governo do Rio Grande do Sul e do Tribunal de Justiça do RS. O TJ-RS é responsável por um repasse de cerca de R$ 7 milhões, o que vai garantir o custeio do setor por 12 meses.

O espaço, em uma área nova do Hospital Vila Nova, conta com 13 poltronas hospitalares e ambiente climatizado para garantir conforto às crianças durante as sessões de quimioterapia e uma sala com quatro camas para atender pacientes que precisam ficar deitados durante o tratamento. Além disso, o ambulatório recebeu equipamentos e terá uma equipe especializada para os atendimentos, coordenada pelo cirurgião oncologista João Pedro Sanvitto.

“A Manu, que já virou estrela, está servindo para ajudar outras pessoas. Vamos poder ajudar mais crianças e adultos”, ressalta Zucco.

A inauguração do ambulatório foi acompanhada pela mãe de Manu, Alessandra Mader, e a irmã gêmea da menina, Ester, que vieram de Passo Fundo até Porto Alegre para acompanhar a homenagem. Com lágrimas nos olhos e a voz embargada, Andressa leu o texto pintado numa das paredes do ambulatório sobre como Manu era alegre e vaidosa e que mesmo durante o tratamento não deixou de brincar.

“São vários sentimentos, volto quatro anos e seis meses atrás, onde nossa história começou com o Zucco, e vejo o sonho da minha filha realizado. A cada terapia ela olhava as outras crianças e dizia: mãe, um dia nós vamos ajudar, comprar folha de ofício, massinha de modelar para as crianças brincarem. Ver essa história se realizar e ver que vai atingir tanto adultos quanto crianças para mim, como mãe, mesmo minha filha não estando presente, é um legado maravilhoso”, afirma Andressa.

Acompanharam o evento também a gerente administrativa do Hospital Vila Nova, Cinthia Dal’Molin, o deputado estadual Gustavo Victorino (Republicanos) e o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski.

A Lei 15.503 criou também a Tele Oncoped, vinculada ao Instituto do Câncer Infantil, que viabiliza a remoção de crianças que estão em cidades do Interior onde não é possível atender a pacientes com a doença para municípios com a estrutura adequada como Porto Alegre, Passo Fundo e Pelotas, entre outros.